Angelina Jolie aborda 'racismo estrutural' enquanto cria uma filha negra
Um sistema que me protege, mas pode não proteger minha filha, é intolerável!
17 de JUNHO de 2020
Angelina Jolie está se manifestando contra o racismo em meio aos contínuos protestos da Black Lives Matter após a morte de George Floyd. Em entrevista à Harper's Bazaar, divulgada na última sexta-feira, 12/06, a vencedora do Oscar cintou como a discriminação afeta profundamente sua família ao criar sua filha negra de 15 anos, Zahara, que foi adotada por Jolie na Etiópia aos 6 meses de idade.
"Um sistema que me protege, mas pode não proteger minha filha - ou qualquer outro homem, mulher ou criança em nosso país com base na cor da pele - é intolerável", afirmou Jolie.
"Precisamos progredir além da simpatia e boas intenções, por leis e políticas que realmente abordem o racismo estrutural e a impunidade", continuou ela. "Acabar com os abusos no policiamento é apenas o começo. Vai muito além disso, para todos os aspectos da sociedade, do nosso sistema educacional à nossa política".
Jolie fez referência ao clima atual de pessoas que saem às ruas em protesto contra a brutalidade policial e a injustiça racial depois que Floyd, um homem negro, morreu enquanto um policial branco se ajoelhava em seu pescoço por quase 9 minutos durante uma prisão em 25 de maio.
Ela disse que sua fé foi renovada testemunhando "a maneira como as pessoas estão acordando".
"Dizendo que estão cansados das desculpas e meias medidas e demonstrando solidariedade entre si diante de respostas inadequadas dos que estão no poder", acrescentou. "Parece que o mundo está acordando e as pessoas estão forçando um acerto de contas mais profundo em suas sociedades. É hora de fazer mudanças em nossas leis e instituições - ouvindo aqueles que foram mais afetados e cujas vozes foram excluídas".
No que diz respeito ao ensino de crianças - Jolie tem seis no total - sobre questões de racismo, a estrela deu um conselho sábio: "Ouvir aqueles que estão sendo oprimidos e nunca assumem que sabem."
Jolie também abordou a situação dos refugiados durante o surto de coronavírus.
"Eles vivem com xenofobia, racismo e preconceito todos os dias e são algumas das pessoas mais vulneráveis do mundo quando se trata das consequências econômicas da pandemia".
Sua principal preocupação, no entanto, é com as crianças durante esses tempos incertos. "O número de crianças que conhecemos sendo abusadas neste exato momento me mantém acordada à noite", confessou. "Existe uma crise de saúde global para crianças por abuso, negligência e os efeitos desse trauma. E não fazemos o suficiente para protegê-las."
Quanto ao que ela espera que ocorra após o bloqueio, Jolie disse: "O foco nos esforços para fazer mudanças estruturais para proteger as pessoas vulneráveis permanece no centro de nossas discussões".
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