Arquitetura e Urbanismo no ES: apesar de serem maioria,

mulheres enfrentam preconceitos relacionados à gênero e machismo na profissão

04 de MARÇO de 2020

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Arquitetura e Urbanismo no ES: apesar de serem maioria,

Com a proximidade do Dia da Mulher, celebrado no dia 8 de março, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Espírito Santo (CAU/ES) aproveita a data para levantar uma importante questão das cidades: a mobilidade urbana para as mulheres. Planejar e incluir nas vias e espaços públicos dispositivos que facilitem o acesso e garantam a segurança delas são necessários, conforme afirma a professora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Karla Caser (na foto), que é uma das convidadas para a mesa-redonda promovida pelo CAU/ES nesta quinta-feira, dia 5, na Casa do Arquiteto, em Vitória.

“Para garantir que a mulher utilize o espaço público é preciso dar condições para que ela se sinta mais segura. Em se tratando de mobilidade urbana, podemos citar a bicicleta como um exemplo de modal que é pouco utilizado pelas mulheres, dentre outros fatores, por conta dessa questão de segurança. É preciso oferecer, além de ciclovias, que funcionam como uma via expressa, outras tipologias de vias cicláveis que permitam o deslocamento para realização de tarefas cotidianas; locais para travar essas bicicletas em frente a estabelecimentos comerciais e escolas, que são mais usados por mulheres, garantir mais iluminação e manter os arbustos baixos, pois, espaços com condições avessas à essas fazem com que a mulher tenha uma leitura de que aquele espaço não é seguro para elas”, explica Karla.

Vale destacar que, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, o mercado da arquitetura e urbanismo no Espírito Santo é dominado por mulheres jovens: mais de 70% dos profissionais de Arquitetura e Urbanismo no Espírito Santo são mulheres e 70% têm menos de 40 anos. Esta composição massivamente feminina tem reflexos, inclusive, na formação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado (CAU/ES) que tem na presidência e vice-presidência de seu Conselho Diretor duas mulheres: Liane Destefani e Carolina Gumieri, respectivamente. Para Liane, um dos grandes desafios é combater o machismo no dia a dia da profissão.

“Muitas vezes, nossa competência é questionada somente pelo fato de sermos mulheres e há também a difícil relação maternidade x profissão” comenta a presidente do CAU/ES que destaca as atividades do Grupo de Trabalho (GT) do CAU/BR formado pelas presidentes e vice-presidentes dos Conselhos pelo Brasil para discutir formas de valorização da profissional mulher no mercado nacional.

Karla, assim como Liane, também relata situações em que sua competência foi questionada por conta de seu gênero. “Já ouvi de colegas de trabalho comentários não pertinentes sobre minha roupa e o tempo que devo ter gasto para combinar as peças que não seriam feitos a um homem, por exemplo. Em sala de aula, inclusive, ao dar aula junto com um colega, uma aluna, ao invés de tirar a dúvida comigo que era professora titular da turma dela, se reportou ao colega que era professor da outra turma. São exemplos sutis de machismo estrutural. Iniciativas como a do CAU/ES de discutir o papel da mulher na Arquitetura e também nas cidades é um grande avanço. Muitas vezes, aprendemos a fingir que esses comentários não são com a gente, e fazer isso repetidas vezes pesa, mas conversar abertamente tira esse peso”, destaca.

Carreira

Em uma profissão com predominância de mulheres, Karla conta que escolheu a Arquitetura e Urbanismo por conta da possibilidade de aliar arte e técnica com sustentabilidade.

“Na época do vestibular estava entre Engenharia Civil e Arquitetura, optei pela arquitetura pelo seu infinito de possibilidades e tem sido muito satisfatório. Me formei na Ufes, onde leciono hoje, e já na década de 1990 meu interesse era pelo uso de madeira e construções sustentáveis. Tinha meu escritório e dei aulas como professora-substituta, mas fui ‘mordida’ pela academia e decidi me especializar ainda mais para atuar neste campo”, relembra.

Karla possui mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), na área de Tecnologia do Ambiente Construído - Construção Sustentável, e Doutorado em Arquitetura da Paisagem /Sustentabilidade de Comunidades pela University of Guelph, do Canadá. Entre as pesquisas acadêmicas conduzidas pela professora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo, vale destacar o artigo científico “Discriminação de Gênero em Arquitetura: O campo profissional pela Perspectiva da mulher arquiteta”, apresentado no Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo (ENANPARQ).

Na região metropolitana

De acordo com dados do Datafolha, as atividades de Arquitetura e Urbanismo no estado estão concentradas na Região Metropolitana da Grande Vitória, com 55%; seguida da região norte, principalmente nas cidades de Linhares e Aracruz.

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