32 Anos Luiz Alberto

Reynaldo Gianecchini, Rosi Campos, Simone Zucato, entre outros artistas, participam de campanha Cefaleia em Salvas

“Alcançamos muitas pessoas que ainda não haviam tido o diagnóstico correto com essa campanha”

21 de MARÇO de 2023

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Existem mais de 300 tipos de dores de cabeça e a Cefaleia em Salvas é a dor mais intensa e incapacitante de todas, acometendo de 0,1-0,4% da população, dependendo do estudo, por isso, acredita-se que há no Brasil em torno de 300 mil pessoas com Cefaleia em Salvas.

Para a organização da campanha de conscientização sobre a doença deste ano, que acontecerá no dia 21 de março, a neurologista Dra. Maria Eduarda Nobre contou com a ajuda da atriz Simone Zucato que convidou artistas para aderirem à causa, entre os quais: Reynaldo Gianecchini, Simone Zucato, Rosi Campos, Cássio Scapin, Nany People, Isabella Garcia, Inês Peixoto, Rodrigo Fagundes, Wendell Bendelack, Juan Tellategui, Anderson Di Rizzi, Flávia Alessandra, Otaviano Costa, Roberto Birindelli, Paulo Manduca e Nívea Maria.

As crises são sempre do mesmo lado da cabeça, geralmente em torno do olho. Com a dor, ocorrem alterações como lacrimejamento, entupimento nasal, vermelhidão no olho e queda da pálpebra. Tudo isso somente do lado da dor. Dura de 30 minutos a 3 horas, mas usualmente é em torno de 30-45 min. Pode vir várias vezes no mesmo dia, inclusive de madrugada, acordando o indivíduo no meio da noite com a dor já no pico máximo. Muitos portadores têm horários regulares para as crises e já sabem que ela vai ocorrer em determinado horário do dia ou madrugada. Esse período em que as crises acontecem duram alguns meses, sendo chamado período da salva. Em algum momento, as crises desaparecem e podem ficar ausentes por meses ou anos. Em algum momento elas retornam, mantendo o padrão de virem todos os dias, até várias vezes no mesmo dia, e ficam presentes novamente por alguns meses. Normalmente tem um ritmo regular. O período da salva é quase sempre o mesmo e o intervalo também. Cada portador deve observar seu próprio padrão. Esse ciclo se repete por toda a vida e por isso é denominado Cefaleia em Salvas, pois vem de tempos em tempos. A Cefaleia em Salvas é de causa desconhecida. Sabemos que é uma alteração em uma área do cérebro responsável pelo nosso relógio biológico, local que controla nosso ciclo de sono e vigília, daí a relação com um padrão rítmico. Não se sabe o porquê dessa alteração. Não há cura, porém, há tratamento eficaz. O tratamento deve ser iniciado a cada início de uma nova salva é suspenso após o término. Nos intervalos, não é necessário tomar nenhum tipo de medicação. É como se a doença não existisse, mas possivelmente voltará na época usual daquele portador. O padrão mais comum é ser anual, durando 1 a 2 meses, geralmente na mesma época ou estação do ano. Os portadores da doença geralmente demoram anos para serem diagnosticados. Procuram vários especialistas e na maioria das vezes são tratados como portadores de Enxaqueca, que é outro tipo de dor, cujo tratamento é bem diferente. Realizamos a Campanha de Conscientização sobre a Cefaleia em Salvas todos os anos para alertar sobre os sintomas e informar que dores muito intensas, sempre do mesmo lado, com uma duração em torno de 45 min, acompanhadas de lacrimejamento, provavelmente são a Cefaleia em Salvas. O especialista indicado para diagnóstico e tratamento é o neurologista e os portadores podem contatar a Sociedade Brasileira de Cefaleia ou a Abraces (Associação Brasileira dos portadores de Cefaleia em Salvas) para localizar um especialista em sua cidade, ou até mesmo se informar sobre atendimentos em serviço público”, explica a Dra. Maria Eduarda Nobre.

Alcançamos muitas pessoas que ainda não haviam tido o diagnóstico correto com essa campanha. O papel do artista é esse também. Espero que cada vez mais possamos ajudar as pessoas.”, comentou a atriz Simone Zucato.

Maria Eduarda Nobre é Neurologista pela UFRJ, Mestrado e Doutorado em Neurologia pela UFF, Membro da Academia Brasileira de Neurologia, Membro da International Headache Society e Membro da Sociedade Brasileira de Cefaleia

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