03 de OUTUBRO de 2021
Nascido em Brasília, Ricky Tavares, de 30 anos, se mudou para o Rio de Janeiro com a família ainda na infância. Logo veio o desejo de atuar, para isso, o ator estudou interpretação nos cursos Tablado e Rei Ator e aprendeu técnicas para TV com Andrea Avancini.
O início da carreira artística de Ricky foi nos palcos, aos 16 anos, interpretando o vaidoso caçador Gaston, em A Bela e a Fera. Ainda no teatro, esteve em Pintando o Sete e O Mágico de Oz.
Na televisão, teve seu primeiro papel na Record TV em 2009, na novela Promessas de Amor com o personagem Pit. Com o destaque na novela, o ator foi para Globo no mesmo ano, onde deu vida ao Rodrigo em Malhação ID. Em 2011 voltou à Record TV para viver a intensa história do viciado em drogas Wellington, em Vidas em Jogo.
O personagem mais marcante da sua carreira aconteceu em 2012. Ricky foi protagonista da primeira fase da minissérie bíblica José do Egito, na Record TV, onde gravou cenas inesquecíveis no deserto do Atacama. Sua interpretação foi sucesso de crítica e público. A produção foi vencedora de dois prêmios internacionais.
No final de 2013, protagonizou o especial Casamento Blindado. Já em 2014, participou do episódio O Homem Hidrópico na minissérie Milagres de Jesus.
No ano seguinte esteve no ar na novela Vitória no papel de Mossoró, um jovem forte e determinado praticante e dono de um clube de motocross.
Em 2016 interpretou um guerreiro na novela A Terra Prometida, no papel de Zaqueu. No início de 2018, enfrentou um grande desafio na sua carreira, onde interpretou um cego de nascença, o apóstolo Judas Tadeu na novela Jesus.
Este ano, Ricky viveu o Harã na fase de Ur dos Caldeus em Gênesis. O personagem é cheio de conflitos e nuances, bem diferente dos mocinhos que o ator interpretou ao longo de sua carreira.
Recentemente participou do filme Rocinha, Toda História Tem Dois Lados que vai estrear em breve. Ricky também está no elenco da série Maldivas, que estreia em breve na Netflix.
LUIZ ALBERTO: Bem vindo Rick! Prazer ter você aqui!
RICK TAVARES: Tudo bem com você? A primeira vez aqui na Revista PORTFOLIO!
L A: É uma honra pra gente.
R T: Obrigado, obrigado.
L A: E essa carinha aí 20 anos com 30! Como é possível?
R T: Vou te falar que a idade chega, tá? (risos)
L A: (gargalhadas)
R T: Ontem foi aniversário de um amigo meu e a galera ficou comemorando até às 9 de hoje. Fui dormir à meia-noite.
L A: (gargalhadas) Bons tempos que eu também fazia isso.
R T: Quando eu tinha 18 anos era tranquilaço. Fazia tudo virado. Era uma maravilha.
L A: Mas você também tem uma agenda de gravações e essa vida de ator é complicada porque as gravações, às vezes, podem varar a madrugada.
R T: Quando estou gravando, fico mais tranquilinho em casa e vou dormir cedo. Durmo bem, me alimento bem. Porque, por exemplo, quando estávamos gravando Jesus chegava às 6 horas e saia às 8 ou 9 da noite. Então, o ritmo de gravação é muito intenso porque temos que entregar um volume de cenas. É um outro estilo de vida. Chegar em casa e estudar, ver um filmezinho. No máximo, um cineminha com a família e depois voltar para casa e dormir. Não dá para ficar até às 4 da manhã vendo uma série. Imagina!
L A: E é coisa que gosto de fazer, maratonar. Nem sempre tenho tempo... Você aí no seu trabalho que é muito movimentado, com muitas gravações, e eu aqui no meu com as reportagens como essa, que vou terminar de madrugada e ainda tenho uma festa para ir hoje.
R T: Essa entrevista que estamos fazendo agora?
L A: Sim. Quando sair da festa, eu a edito na madrugada para sair amanhã. É a vida que escolhi e adoro.
R T: A vida de comunicador é assim mesmo.
L A: Está tudo certo. Vamos que vamos. Você nasceu em Brasília e foi para o Rio com quantos anos?
R T: Nasci em Brasília e com cinco anos minha família se mudou para o interior do Rio, uma cidadezinha chamada Penedo em Itatiaia. Fomos morar lá e em 2016 minha irmã Ju (a atriz Juliana Xavier), começou a fazer novela. Eu tinha quinze anos e ela dez. Nessa época nos mudamos definitivamente para o Rio, então, tem 15 anos que moro aqui.
L A: Você fez Tablado?
R T: Fiz Tablado e depois com Andrea Avancini, fiz o curso de Técnicas de Interpretação para TV.
L A: Só com os bons, hein?
R T: Graças a Deus, sempre tive a oportunidade de trabalhar com os bons. De contracenar e de aprender mesmo. Andrea é uma professora incrível, uma atriz incrível, aprendi muito com ela. Depois desse curso do Andrea, fiz logo um teste para Mutantes, Promessas de Amor (novela exibida pela Record TV em 2009), minha primeira novela, escrita pelo meu primo Tiago Santiago. E o legal é que a Andrea Avancini também estava no elenco e fui sempre encontrando ela nos trabalhos.
L A: Que delícia! Assisti Mutantes. Alguns capítulos, mas gostei muito dessa novela. Então, conheço você desde lá. (risos)
R T: É mesmo? (risos)
L A: Te conheço há muito tempo. Você que não sabe. Desde essa época. Háháhá!
R T: Mutantes foi um marco na televisão brasileira. Você fazer uma novela que fala sobre mutantes, há dez anos, com aqueles efeitos, foi um marco.
L A: E foi inusitado na TV. Totalmente diferente e que atraiu nossa curiosidade. Foi muito bem bolada toda essa história e o tema atraiu.
R T: Não é por nada não, viu, mas meu primo Thiago Santiago é muito bom! Família toda de artistas.
L A: (risos) essa foi sua primeira novela, mas você também já fez teatro. Com 16 anos você já foi para o teatro. Não é isso?
R T: Com 16 anos fiz uma peça, O Mágico de Oz. Na época, a Carla Diaz fazia a Dorothy, uma pessoa muito legal de trabalhar. Ficou um bom tempo em cartaz no Shopping da Gávea, aqui no Rio. Foi único pra mim porque era uma produção maior e foi a primeira grande produção que participei. Então, poder ter esta oportunidade foi muito legal. Começar lá de baixo, começar no teatro, aprender ali na raiz, contracenar com atores incríveis de teatro, dirigido por diretores incríveis. Então, isso é a base pra todo ator. A gente realmente aprende. Televisão é uma outra experiência, mas, você aprende mesmo é ali.
L A: Penso que sim. Fiz teatro quando era pequeno, foi muito bom fazer, e acho que foi dessa experiência que fui parar nessa área do jornalismo de entrevistar celebridades, artistas. Porque gosto muito de teatro, gosto muito de televisão. Sou apaixonado por televisão. Cinema, TV e teatro.
R T: Ultimamente tive a oportunidade também de fazer uma série, algo que nunca havia feito. É uma outra linguagem, sabe? As pessoas que estão fora, às vezes, falam “é tudo igual”. Mas não é. A gente que trabalha no meio da comunicação sabe que o teatro tem uma linguagem, a TV outra, o cinema outra. O legal é a gente poder brincar e passear no meio disso tudo.
L A: Exatamente. E por fazer tantas entrevistas, eu vejo que pisar no palco é algo muito interessante, um tanto quanto sagrado, eu acho.
R T: Particularmente eu acho mais difícil fazer teatro do que televisão. Porque no teatro é ao vivo. É o tempo certo. Você não pode errar.
L A: Se você der uma pisadinha na bola, já foi... (risos)
R T: Não dá para refazer, não dá para fazer nada disso. (risos)
L A: (risos) Principalmente em O Mágico de Oz. Improvisar nessa é difícil. Você também fez A Bela e a Fera.
R T: A Bela e a Fera foi bem no início da minha carreira, quando tive oportunidade de trabalhar com um outro diretor que me deu oportunidade, o Alessandro é incrível, maravilhoso. E foi quando tive a oportunidade de subir ao palco, de poder fazer a minha arte, comecei a descobrir a minha arte. E sempre falo, depois que descobri essa arte, não tenho vontade de fazer mais nada. A gente é picado pelo bichinho da arte e conseguir viver disso é muito legal. Gosto de atuar, mas também sou empresário. A parte empreendedora me completa, mas a arte me preenche.
L A: Como você gosta de fazer suas pesquisas de trabalho?
R T: Assistindo atores. Eu utilizo muito filmes para estudar os atores americanos, acho alguns o máximo. E hoje em dia, está muito mais fácil de assistir, através das plataformas de streaming. Assistir a esses caras é um privilégio para nós atores.
L A: Muito interessante. Eu pergunto muito para os atores e atrizes o que eles fazem fora do trabalho...
R T: Gosto muito de estudar, aprender. As pessoas perguntam, “você assiste às suas cenas?” No início da minha carreira, não assistia porque tinha vergonha.
L A: (gargalhadas)
R T: Hoje assisto às cenas e às reprises como uma forma de aprender, “podia ter dado mais tempo ali, ter feito assim...” é um deverzinho de casa pra mim. Poder assistir às minhas cenas, nos trabalhos que fiz, serve muito de aprendizado. É um estudo.
L A: É um bom toque para os novos atores e atrizes que estão chegando, nunca deixe de estudar porque é importantíssimo. Não deixe de ler, de aprender, de assistir outros grandes artistas pelo mundo afora.
R T: Sim, admirar outros. Eu falo que não só estudar na nossa arte, na nossa profissão, mas estudar em todas as profissões. Independente do caminho que as pessoas querem seguir tem que estar sempre estudando. Sempre atualizando. Tem muita gente no mercado, muita gente boa chegando. Então, se você não correr atrás...
L A: Exatamente! Tem que correr atrás e mostrar o talento.
R T: A gente tem que olhar para arte de todos os ângulos. Por exemplo, já fui visitar projetos de ONGs em comunidades, que o ambiente não é favorável, mas que estão fazendo teatro e outras atividades.
L A: De comunidades saem grandes atores também, como Marcello Melo Jr., Roberta Rodrigues, uma galera, Babú...
R T: O projeto que o Marcello Melo saiu é o que tem no Vidigal.
L A: E adoro o Vidigal, vou muito lá. Ir ao Mirante do Arvrão, é muito lindo. E sou apaixonado pela turma do BatucaVidi. Aquelas crianças ali, sigo, curto, coverso, me emociono com eles. São meus amores. Gosto muito. Passei o Carnaval de 2020 no Rio, fui em todos os lugares, peguei Covid, mas, não me arrependo de ter ido em todos os lugares que fui.
R T: Peguei Covid também no final de novembro. Foi quando tinha voltado a gravar Gênesis.
L A: Rick o que tem projeto para esse próximo ano?
R T: Terminei de gravar uma série agora, que se chama Maldivas, para a NetFlix. Uma série super linda que vai estrear agora em 2022 e tem meus projetos de empreendedor. Tenho agora uma marca de roupa fitness feminina. Gosto muito de entrar de cabeça, criar, resolver. Já fiz tudo! Já fui dono de delivery de cozinha japonesa, já tive empresa de assessoria de imprensa, já tive muitas coisas. Gosto sempre de estar trabalhando.
L A: Muito legal! E nome da marca? Conta aqui.
R T:(risos) pode deixar que vou mandar aí para vocês. Vou enviar um press kit para vocês.
L A: Com maior prazer vamos publicar! Meu querido, uma pena que tenho que terminar aqui. Quero te dar os parabéns pela simpatia e pela paciência por eu ter tido que trocar o dia e fazer nesse horário. Muito obrigado, viu? Você é muito gentil.
R T: Obrigado a você. Pelo seu convite, pela parceria e pela oportunidade de estar aqui com você. E vamos embora!
L A: Estamos juntos! Estamos juntos! Beijo grande! Fica com Deus!
R T: Beijos! Fica com Deus!
Mais uma entrevista que gostei muito de fazer. Ricky Tavares é uma pessoa extremamente educada. Gosto de gente educada... Principalmente num país onde a gentileza e a boa educação estão se tornando raros. Foi muito bom conversar com o Ricky, prometo trazê-lo aqui novamente...
FICHA TÉCNICA
Fotos: Duda Dusi @dudadusi l Stylist: Lorrayne Proença @lorrayneproenca l Assessoria: Black Comunicação @blackcomunicacao
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