Regiane Alves

Força no tablado, na TV, no cinema e até na dança!

05 de DEZEMBRO de 2021

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Regiane Alves

Olá amigos! Bem-vindos à nossa página Stalkeados por Luiz Alberto. Hoje a minha conversa é com a doce e adorável Regiane Alves, uma das melhores atrizes da atualidade. Hoje vamos falar da sua brilhante carreira e de seus incríveis personagens

O sonho da atriz em trabalhar com artes cênicas e moda começou aos treze anos, quando começou a investir na carreira artística. Ao vencer concursos de beleza, começou a atuar como modelo fotográfico e de passarela. Nessa época tornou-se estrela de campanhas publicitárias, comerciais de televisão e capas de revista. Entretanto, devido a sua baixa estatura, percebeu que não teria êxito nessa profissão, e decidiu parar de desfilar.

Aos 17 anos, ainda querendo ter uma carreira artística, mesmo recém aprovada no vestibular e cursando Comunicação Social, Regiane passou a frequentar um curso de teatro em São Caetano do Sul, cidade próxima a Santo André.

Em 1996 foi morar sozinha no Rio de Janeiro, onde cursou por seis meses a Oficina de Atores da Rede Globo, mas foi reprovada no teste para a novela Malhação, mas não desistiu de ser atriz. Voltou para a casa dos pais em Santo André, mas após três meses decidiu morar sozinha em São Paulo. Optou por parar com a faculdade de Comunicação Social, que estava trancada, e passou a estudar Publicidade, porém não concluiu o curso, e continuou no curso de teatro para tentar entrar em alguma novela um dia. Nessa época, já viajava pelo país atuando em peças de teatro.

Em 1998, Regiane passou em um teste, e fez sua primeira telenovela, Fascinação, com papel de protagonista, no SBT. Foi muito elogiada pela crítica especializada em TV.

No ano seguinte fez sucesso em Meu Pé de Laranja Lima, na Rede Bandeirantes. Em 2000, já na Rede Globo, fez parte do elenco da minissérie A Muralha. Durante esse trabalho fez um ensaio sensual para o site The Girl, do Portal Terra. Nesse mesmo ano fez sua primeira novela na Globo, Laços de Família, já com papel de destaque, interpretando a mimada vilã Clara, que infernizava a vida dos pombinhos Fred e Capitu. Em 2002, interpretou Letícia em Desejos de Mulher. Nesse mesmo ano, fez um ensaio fotográfico sensual para a revista VIP.

Seu reconhecimento como atriz veio em Mulheres Apaixonadas, onde ela interpretou a personagem Dóris, uma menina arrogante e muito mimada que maltratava e humilhava os avós de todas as formas, interpretados por Carmem Silva e Oswaldo Louzada. A ação social da novela de Manoel Carlos na denúncia contra a violência e o preconceito contra os idosos, juntamente com a Campanha da Fraternidade da Igreja Católica de 2003 (Fraternidade e Pessoas Idosas – Vida Dignidade e Esperança), seriam responsáveis pela mobilização nacional que ressuscitaria no Congresso Nacional o projeto de lei que criaria o Estatuto do Idoso que estava paralisado desde 1997.

A elogiada atuação de Regiane, bem como a repercussão e a sensualidade de sua personagem Dóris, lhe rendeu a capa da edição brasileira da Playboy, na edição de aniversário de 28 anos da revista, em agosto de 2003. Também aparece nua no filme Onde Anda Você, de 2004. Na vida real, por outro lado, Regiane se diz tímida, critica a superexposição e que tenta passar discretamente, sem mostrar ou estampar alardes na vida pessoal.

Na novela Cabocla teve destaque com sua personagem Belinha, que fazia par com Neco, interpretado por Danton Mello. Em 2006, atuou em Páginas da Vida, interpretando Alice, a sua terceira vilã, em mais uma novela do autor Manoel Carlos.Em 2008 atuou na telenovela Beleza Pura onde interpretou a primeira protagonista na Globo, a órfã Joana, que comoveu o público. Em 2010 interpretou a personagem Goretti na telenovela Tempos Modernos. Além de atuar na televisão, passou a se dedicar ao teatro e ao cinema. Em 2011 integrou o elenco da novela A Vida da Gente, como a personal trainer Cris.

Em 2013, atuou na novela Sangue Bom, na qual interpretou a jovem batalhadora e insegura Renata. Em 2016, volta às novelas na pele da ambiciosa Beth, em A Lei do Amor. Em 2017, interpreta a prostituta Marli na série Cidade Proibida e em 2018 interpretou Maria Carla, advogada de caráter duvidoso na novela O Tempo Não Para.

Em 2020 recebeu convite para atuar em nova temporada de Malhação. Mas a pandemia adiou os planos da produção. Neste ano, ainda na pandemia, produziu um podcast voltado para mulheres separadas com dicas e curiosidades. Ufa! São muitas histórias para contar dessa talentosa atriz... Então vamos comigo conversar com ela?

Regiane Alves-Revista PORTFOLIO (1)

Luiz Alberto: Bem vinda querida Regiane Alves! Que prazer ter você aqui comigo...

Regiane Alves: Hahaha e aí tudo bom?

LA: Que maravilha ter você aqui.

RA: Imagina! Eu sempre estou lá olhando os Stories...

LA: Eu vejo. Que honra!

RA: Parabéns!

LA: Obrigadooo. Que sorte eu ter conseguido falar com você pelo DM e você ter atendido. Porque, geralmente, sei como é que é a vida de vocês artistas, vocês olham pouco para o DM.

RA: An ham...

LA: Dei sorte...

RA: Hahaha... Muito bom, que bom.

LA: E vamos falar das 23 produções que participou, incluindo a Dança dos Famosos...

RA: Tudo isso?

LA: Simmm! Hahaha. Mais dez longas, estou com os números aqui, nove peças, três indicações para prêmios. Nossa!

RA: Nossa! Tudo isso? Hahaha...

LA: Ela começou, ela se apaixonou pela dramaturgia com 13 anos de idade. É isso?

RA: Acho que desde criança eu já tinha a veia artística. Estudei naquele Colégio Sesi/Fiesp, sabe? Eles têm muito incentivo à cultura, especialmente à cultura brasileira. Então, me lembro, eu era bem pequenininha, e havia concurso de dança folclórica, eu participava. Tinha concurso de poesia e eu participava. Era uma coisa natural para mim, apesar de não ter ninguém na família na área artística. E aí, com 13 anos, participei de um concurso chamado Garota Primavera e fiquei em segundo lugar. Conheci os produtores e eles me levaram, na época, até o SBT. Era uma coisa meio no início. Depois fui para uma agência de modelo que era a L’Equipe. Mas eu sou baixinha, ? Apesar de todo mundo achar que eu sou um mulherão. (Gargalhadas)

LA: Mas as fotos...

RA: Um metro e sessenta e pouco, entendeu?

LA: Hahaha

RA: Enfim, comecei como modelo, fazendo os comerciais, tan nan nan, até fazer campanhas famosas de publicidade e ser chamada para fazer oficina de atores da Globo, que era uma coisa que a Globo fazia, né? Reunia talentos...

LA: E era muito bom isso...

RA: Era uma delícia fazer. Da oficina fui fazer teatro e só depois que fiz a estreia na televisão, no SBT. Levou um tempinho ainda.

LA: Porque você sempre gostou de moda. De moda e de atuar, que tem tudo a ver, não acha? E aí, a vida foi te levando para outros caminhos. Você foi fazer faculdade de comunicação e, paralelo, curso de teatro, hahaha. Já estava de olho...

RA: Eu tinha um pensamento de que ser atriz, no nosso país, viver da arte seria algo muito difícil. Isso eu tenho noção, que realmente eu sou uma exceção. Na hora que você me fala que eu fiz tudo isso eu falo, “nossa, eu já fiz tudo isso, né?” Então, eu queria ter algo paralelo, de poder fazer uma faculdade. Na época, lembro que publicidade era cem por um, lembra? Então eu fiz e fui fazer um curso de teatro. E, realmente, quando aconteceu de entrar no SBT, teve um momento até que eu tive que trancar minha faculdade, porque as coisas começaram a acontecer. Aí, fui pra Band que estava voltando com a teledramaturgia também, para depois chegar na TV Globo. Então, fui estudando, aprendendo na prática, as coisas foram acontecendo e fui agarrando as oportunidades. Acho que foi um pouco esse caminho. E sobre a moda que você falou também, acho que a moda está muito relacionada com a construção dos personagens. Quando a gente chega a ter prancheta de uma personagem, aí tem a cor da personagem, tem o estilo de roupa, tem o estilo do tecido e é uma expressão da arte, ? Quando a gente olha agora, teve o São Paulo Fashion Week. Então, é muito bacana porque aquela roupa quer falar alguma coisa. É uma coisa que a gente consome, que faz parte do nosso dia a dia. E para nós atores é uma ajuda imensa você entender o colorido, entender que o personagem usa roupa mais assim, mais assado, usa brincos grandes... Está ali junto, não tem como não estar.

LA: E você é muito elegante, tá?

RA: Ahahah... Obrigada!

Regiane Alves-Revista PORTFOLIO (2)

LA: Não tem jeito! Eu vejo suas fotos... Outro dia, comecei a olhar umas fotos. Eu falei assim “eu vou conseguir de qualquer maneira fazer uma capa com ela, porque não estou aguentando essas fotos...” (risos)

RA: Ah... Que delícia! A Larissa já te mandou umas fotos? Ou vai mandar?

LA: Mandou, mandou. Estou apaixonado.

RA: Ah... Legal.

LA: Aí ela quer saber qual que eu escolhi. Eu disse, “ainda não, você vai saber no domingo, dia 05”.

RA: Tá bom. Vou ficar feliz.

LA: Estou apaixonado. Pensei, “gente, como eu vou fazer? As fotos estão maravilhosas”.

RA: Eu tenho uma parceria com esse meu amigo, ? Que é o Pino Gomes, um amigo pessoal também. Eu sou muito fã do trabalho dele. Então, quando a gente marca para fazer as fotos, vira uma diversão, de contar da vida e vai fazendo. É gostoso, sabe? Eu acho que fotografar me lembra um pouquinho da onde eu vim, o início da minha carreira, a expressão, não deixa de ser uma atuação naquele momento.

LA: Exatamente. E você fez Meu Pé de Laranja Lima na Bandeirantes e já foi para a minissérie espetacular que é A Muralha?

RA: A Muralha. Foi lindo, né? Era demais, era muito linda, muito trabalho muito tecido, muita roupa, muito calor... Hahaha... Muitos índios...

LA: (Gargalhadas) Tudo muito!

RA: É... E ao mesmo tempo a gente falando de uma parte da nossa história, que era aquela época dos Bandeirantes, que não se falava muito, historicamente falando. Então, era tudo uma novidade. Realmente foi um trabalho lindo, fazendo a estreia sendo a filha da Vera Holtz e do Maurão Mendonça, que depois o reencontrei em Cabocla. Nossa! Maravilhoso! Muito bom!

LA: E Laços de Família? Você foi aquela vilã Clara, que dava raiva na gente. (risos)

RA: Chaaata! (risos)

LA: Perturbou a pobre da Capitu a novela inteira.

RA: Acho que ali começou a minha trilogia com o Manoel Carlos. Porque veio a Clara, de Laços de Família, depois a Dóris, famosa neta, e depois Páginas da Vida, que estreou essa semana no Viva, eu fazendo a Alice, que era também a noiva ciumenta e que fazia as maiores atrocidades com o Léo, interpretado por Thiago Rodrigues.

LA: Você fica bem nesses papéis, porque, acho, que você joga uma energia. E eu soube até que sempre quando terminava de atuar, você pedia desculpas à Carmen Silva e ao Oswaldo Louzada, ícones, não é? Porque a Dóris era terrível!

RA: E eles eram dois velhinhos reais, ? Eles eram velhinhos, já tinham as suas dificuldades, mas tinham a essência do artista, de querer fazer as cenas. Então era muito cruel. E é realmente a gente tinha que fazer aquele texto, quanto mais real, melhor chegaria ao público. Então, era dura, mas no final rolava uns abraços e desculpas.

LA: Com certeza. Tinha que rolar um “Desculpa aí... Tive que fazer...” (risos) mas vocês artistas se entendem. Principalmente nas horas dessas cenas duras...

RA: Exatamente, mas esse trabalho foi muito marcante. Ano passado teve a reprise e 17 anos depois, como toca nas pessoas! Como falam. As pessoas ainda tem uma memória muito fresca. Na minha cabeça e na cabeça do público também. E tenho o maior orgulho porque foi um momento muito precioso da minha carreira. Até antes de ontem, tenho um amigo que estava aqui e estávamos revendo umas fotos e eu achei o álbum de Brasília. Eu fui para Brasília na época da novela pedir a liberação do Estatuto do Idoso. Eu estava lá dentro do Senado. Uma loucura, ? O trabalho da arte toca no público, que toca a sociedade e a minha função como atriz é poder levar essa discussão. É muito bonito esse caminho, quando você consegue fazer.

LA: Muito lindo. E o personagem foi um aprendizado. Ele é um personagem atualíssimo!

RA: É porque na época também, não é Luiz Alberto, a gente não falava muito sobre isso. Acontecia mas todo mundo tinha vergonha de falar. Às vezes, agora, estou com 43, tenho duas três amigas que chegam e falam, “nossa, minha mãe está doente ou minha avó tá muito mal. Nossa, como é pesado!” Porque é quase velado falar isso, quando você tem uma doença na família. E é pesado porque se a pessoa que cuida do doente não se cuida, fica doente junto ali também. Então, às vezes, você encontra um amigo uma amiga que você consegue falar. Aí o Manoel Carlos vai e coloca uma neta lá falando as maiores atrocidades para os avós , o povo ficou em polvorosa, o mundo, ?

LA: Naquela época, quando não se falava nisso, e ele colocou na novela, você transmitiu a mensagem pra gente. O que eu gosto no trabalho de atriz, de ator, é transmitir esse trabalho da melhor maneira possível, para as pessoas entenderem. Hoje já se fala.

RA: E o Manuel Carlos, a gente brincava. Eu falava assim, “tenho a sensação de que você está atrás da porta da fechadura olhando”, porque o texto é muito próximo da realidade. A Alice tem uma modernidade do texto, do que ela sente também, que é muito próximo do Manuel Carlos, eu gosto muito. E é gostoso você poder fazer esse texto, porque ele é muito delicado, é um texto preciso e você tem que ter uma sutileza para fazer porque também não pode ficar exagerado, é realmente precioso, com certeza.

Regiane Alves-Revista PORTFOLIO (3)

LA: Olha, eu amo essas duas personagens, tá?

RA: Que bom Luiz Alberto, obrigada!

LA: Eu amo tanto. Mas, eu sou apaixonado por Joanna De Angelis.

RA: Ah... Olha, deixa eu te mostrar uma coisa, aqui é meu pequeno escritório. Olha aqui, está vendo ali...

LA: Ai, que lindo... Que coisa mais linda ela...

Ela mostra uma pintura sobre tela da imagem desta personagem linda que foi a Joanna De Angelis, do filme Divaldo, O Mensageiro da Paz, interpretada por ela. Joanna é a mentora do famoso e querido médium Divaldo.

RA: Eu ganhei de um fã que desenhou. E é tão perfeito o trabalho dele que deixei aqui que vai me proteger de alguma forma, não acha?

LA: Joanna de Angelis foi sua proteção...

RA: Foi minha redenção... (Gargalhadas)

LA: Foi sua redenção das malvadas (risos), porque vou te falar, assisti a Divaldo três vezes. E toda vez que eu vejo me emociono. Até o final. Aquele final foi maravilhoso. Espetacular. E toda história...

RA: E sabe, tem uma coisa muito bonita, sempre recebo mensagens nas minhas redes sociais falando do filme e eu paro para responder, porque, poxa, o filme estreou em 2019 e no ano passado entrou no streaming no meio da pandemia. Sei lá, já tem dois anos e até hoje recebo mensagens das pessoas que assistiram e ficam muito emocionadas, comentam. E, realmente, foi um trabalho que mexeu demais com a minha vida. Me trouxe para mais próxima da espiritualidade e me deu algumas respostas no momento. E também te acalma, ? E um filme que no fundo chega para você e diz, “calma, tudo está sendo cuidado. Não adianta, tudo tem o seu por quê”.

LA: As frases dela, da personagem, são incríveis. Quando ela o manda rasgar tudo que escreveu e queimar. Centenas de mensagens psicografadas...

RA: Eu adoro aquela cena que ela fala para ele, quase no final do filme, “no final da sua vida, você vai perceber que o tempo todo era você contra você mesmo”. E que é isso, hein? Às vezes a gente entra numa briga, entra numa coisa, e você fala “gente, era só para eu crescer, era só para eu sair de uma posição e ir para outro lugar”. E ter conhecido o Divaldo, também, foi algo espetacular.

LA: Você conheceu? Meu Deus do céu!

RA: Eu conheci. Fui na Mansão do Caminho. Nós fomos visitar, é um lugar lindo. Nós fomos escolhidos por ele. Não era nem um trabalho, acho que era uma missão mesmo, de ter sido escolhida, de ter feito. Aí eu fui na Mansão e vi o trabalho dele. A gente foi autorizado, eu, o diretor Clóvis e o Guilherme, que faz a primeira parte do Divaldo. Fomos autorizados a assistir a uma sessão espírita. Assistimos para acompanhar, para tirar dúvidas, para falar. Porque é muito lindo o trabalho dele, independente se você é espírita ou não. Mas é um filme de um brasileiro que realmente fez acontecer. Então, isso me dá muito orgulho, de olhar e falar “que homem é esse? O que tenho que aprender?” Porque é incrível. A escola foi feita para atender a comunidade. A Mansão do Caminho é no meio de uma comunidade, as crianças levam a comida para casas, as crianças crescem, tem um hospital, então...

LA: É muito espetacular aquilo lá. É muito especial.

RA: Realmente.

LA: E uma frase que eu não esqueço nunca foi quando a Joanna de Angelis teve uma conversa com ele e ele disse assim, “Ah... Eu estou com vontade de abandonar tudo. Minha vontade era de morrer”. Aí ela falou, “Se você quiser eu providencio isso”. (Gargalhadas)

RA: Hahaha...

LA: Aquilo ali foi um toquezinho bem humorado do filme. “Se você quiser...” Hahaha

RA: Eu perguntei, “mas o que era Joanna?”. Ele falou, “eu vi uma luz muito forte”. Acho que até hoje é assim. Ele tem um ritual. Durante a madrugada ele senta, faz as anotações, ele tem esse contato diário com ela. E o mais engraçado do Divaldo é a gente falar assim, “ah, Divaldo, abril do ano que vem vou te visitar. Será que eu posso?” Aí ele fala, “espera aí... Ah, pode”. Como se desse tempo para ele consultar ela para saber se ele vai estar vivo... (risos)

LA: Hahaha... Ai que legal...

RA: Isso é muito engraçado. Então, aí ela pediu para ele ir em Assis, olhar o túmulo de Santa Clara e ele conseguiu ver a imagem dela, a imagem de uma freira. Ele questionou, “você foi né?” Dizem que ela foi Santa Clara numa outra encarnação. Ele sempre fala isso para mim, “ela é muito doce, mas quando ela tem que pegar no meu pé, ela vem muito forte também, entendeu? Ela tinha essa oscilação”. Foi lindo mesmo. Foi muito bonito. Foi um trabalho que eu também me emociono, eu sou igual a você, às vezes eu penso, “que linda mensagem do filme..” Ainda mais esse ano que passou que perdemos muitas pessoas próximas, conhecidas. Então, acho que você receber esse filme, dá um acalento no coração.

LA: Exatamente. Eu adoro assistir porque vejo, revejo porque me traz uma paz.

RA: Você é espírita?

LA: Eu sou espírita.

RA: Ah, que ótimo! E é legal que ele fala bem de todas as religiões. Um respeito...

LA: Um respeito, uma tolerância que as outras religiões não têm. Poderia ser diferente isso.

RA: Eu adoro quando tem aquela cena do bêbado, que ele fala assim, “Ué, mas se o candomblé também te ajudar você não vai aceitar?

LA: Isso é muito legal.

RA: Muito legal. Ainda mais vindo da Bahia, que tem todas essas energias muito fortes também

Regiane Alves-Revista PORTFOLIO (4)

LA: É... Exatamente. Mas vamos lá! Filmes, filmes e filmes. De qual a gente fala? Além do Divaldo?

RA: Tem um próximo, na verdade, que a gente está na espera. Ia estrear no cinema, mas aí entrou a pandemia e atrasou, não sei se ele vai entrar no streaming... Ouvi dizer, mas não posso te confirmar. É um filme que eu fiz com a Fabiana Karla que se chama Uma Pitada de Sorte. É uma comédia. Ela tem um sonho de ser uma chef de cozinha famosa e tal e eu sou uma produtora de um programa de televisão importante. Aí, ela entra e passa no teste. Então ela começa a acontecer, e eu sou aquela produtora poderosa, que quer investir nela. Aí tem todo o desenrolar do filme e que o que vai valer a pena? Ela ter um amor, cuidar da família ou ser famosa? É muito bonitinho. Já assisti numa pré-estreia para a gente e estou muito na torcida aqui para que o filme entre logo. Acho que vai ser uma coisa boa.

LA: Eu sou apaixonado por cinema, teatro e TV. Eu amo novela.

RA: Ai que ótimo!

LA: Eu amo. Sou noveleiro mesmo. Saio de casa, boto para gravar e chego em casa de madrugada, quero assistir um pedaço. Sou desses. (risos)

RA: Ai, que bom!

LA: Estou muito feliz nessa fase da minha profissão de jornalista, porque tenho entrevistado artistas. Então eu tenho me aproximado. Esse é um trabalho maravilhoso do jornalista. É muito bom quando o jornalista tem a possibilidade de falar com um artista adorável. Eu estou na sua casa e você aqui na minha.

RA: É gostoso...

LA: De certa foram você veio aqui na minha casa, eu recebi a visita de Regiane Alves, gente!

RA: Hahaha...

LA: Como eu poderia dizer, anos atrás, que recebi a visita dessa linda, maravilhosa, talentosa.

RA: Mas, agora, a tecnologia nos oferece isso, Luiz Alberto? Outro dia estava lembrando quando eu recebia as cartas na TV Globo. E aí eu fazia santinho, porque tinha que mandar as cartas, com santinho anotado e tal. Aí eu falei, “nossa, que engraçado, hoje a pessoa manda mensagem, você já responde e a pessoa fala, ai não acredito que é você que está falando” Entendeu? Eu lembro que eu ficava mais próxima do público quando eu viajava, por exemplo, para fazer teatro. E aí o teatro lotado... Eu lembro que olhava e falava assim, “gente, essas pessoas saíram de casa para me ver...” Porque na televisão as pessoas não saiam... E eu olhava, “nossa, tem certeza?” (risos) Eu achava o máximo aquilo. Era o único lugar próximo ao público. Lembro de uma vez que eu fiz uma peça em Teresina e no final a gente ficou para falar com uma excursão, que eles tinham saído de manhã da cidade deles, tinham chegado na cidade na hora do almoço, tinham ido passear e esperaram para assistir a minha peça e ir embora à noite.

LA: Que gracinha!

RA: É muito amor ao trabalho da gente, concorda? Então eu acho que a tecnologia trouxe essa velocidade dessa informação, do contato. Muito legal, muito bom. Eu gosto.

LA: Aqui me comunico com o mundo, já fiz entrevistas internacionais e a gente vai atingindo todo mundo.

RA: Luiz Alberto, sabe o que a gente esqueceu de falar? Você falou de tudo que eu fiz e esqueceu de falar de um livro. Agora eu escrevi um livro.

LA: Ah, menina! Está aqui nas fichas pra eu falar! (risos) Nossa conversa fluiu tanto...

RA: Hahaha...

LA: Mas é porque a gente foi conversando, conversando... Vamos falar do livro, esse livro...

RA: Olha que bonitinho! Então, é o seguinte, na pandemia como contratada da TV Globo, ia fazer a nova temporada de Malhação junto com o Marcelo Novaes. Aí, para, dá férias, espera, volta, não vai voltar, a gente não sabe quando vai voltar, cancela. E a gente artista sempre quer fazer alguma coisa, ? Aí recebi um convite dessa editora, da DISRUPTalks, que começou um papo comigo e eu falei “que tinha muita vontade de fazer uma coisa infantil, porque queria muito deixar isso para os meus filhos. Queria ter feito uma peça, mas não deu tempo. Queria falar um pouco dos elementos da natureza e tal”. E aí o meu filho, o mais novinho, Antonio, é um menino que anda na rua e cata as coisas de sujeira. Se ele vê uma garrafinha, uma tampinha, ele pega. É uma coisa que me chama atenção. E a escolinha deles, também, tem muito incentivo à reciclagem, dos brinquedos, as coisas que eles fazem. Então pensei, “Pôxa, meu filho está me dando uma ótima ideia.” Então eu fiz esse livro que se chama Uma Ilha Fora do Mapa, que é o primeiro dia de férias deles junto com a mãe. Eles vão para a praia e quando eles estão na praia, eles são capturados pelo mar e aí eles vão para uma ilha. Essa ilha é toda de plástico, que são os resquícios e o lixo que vamos deixando no mar e lá eles são julgados por um polvo junto com todos os personagens do fundo do mar, as sardinhas, a lula, não sei que lá. E aí perguntam “porque que os humanos fazem isso com a natureza?” Tem lá a discussão no julgamento e eles ganham a chance de voltarem para a terra e poder fazer alguma coisa. E aí, o que eles fazem é uma feira de ciências, alertando as pessoas o quanto a gente pode consumir e reduzir o que a gente consome. É muito gostoso!

LA: Ah, que história maravilhosa. E a gente encontra o livro nas livrarias?

Regiane Alves-Revista PORTFOLIO (5)

LA: Então, tem em algumas livrarias, mas não são todas. O mais fácil é no link da editora ou lá na minha Bio do Instagram. (Clique Aqui) Queria mostrar aqui uma imagem deles...

LA: Ó... Que coisa fofa!  Esses dois loirinhos que você tem são lindos demais, gente.

RA: São demais, né? A gente aqui na praia também, muito fofinho, está vendo?

LA: Que bacana. Que lindos!

RA: No site da DISRUPTalks ou lá na minha Bio do Instagram tem o link.

LA: Vamos lá, vamos lá, gente! Eu quero ler. Vou lá comprar porque eu gosto.

RA: Ai, que bom, eu vou te mandar um PDF. Tenho uma versão em PDF e vou pedir para Larissa te mandar. É rapidinho. É gostoso.

LA: Ai que bom! Muito bom. Obrigadíssimo, amor. Feliz demais. Aqui, ela fez até capa da Playboy gente!

RA: Muitos anos atrás. Hahaha

LA: Você continua linda!

RA: Obrigada, obrigada...

LA: Linda, poderosa. Imagina! Chique! Sabe, não canso de falar isso. Eu falava com o meu co-editor, meu sócio, o Giovanni, “pelo amor de Deus, tenho que entrevistar a Regiane Alves. Vai atrás dela”. Até que eu peguei e fui.

RA: Ai que bom!

LA: Fiz o contato por DM e aí falei... Não!!! Porque vi que você tinha respondido.

RA: Ai que bom, que bom...

LA: Sempre amei seu trabalho! Das malvadas e a órfã Joana. São personagens muito cativantes. Cada um a sua maneira.

RA: Mas a Joana tinha um sonho, um ideal. Era uma guerreira, queria encontrar aquela mãe, que era a Cristiane Torloni, que é uma atriz maravilhosa. Minha vizinha...

LA: Bom ser vizinho da Cristiane Torloni... Linda e maravilhosa!!! Eu tenho uma lista enorme, folhas e folhas aqui sobre os seus trabalhos. Todos os seus filmes e peças, até Dança dos Famosos.

RA: Foi muito bom fazer o Dança, Luiz Alberto. Foi muito bom. Acho que foi o mais surpreendente na minha vida, porque pode não parecer, mas eu sou muito na minha, um pouco mais reservada. Eu quase sou tímida. Então falei, “Mas gente, como que eu vou dançar ao vivo?” Ensaiar uma semana, achando que você não era capaz daquilo. Tive a grande sorte de pegar um professor que é incrível, o Reginaldo Sama. Que já foi campeão do Dança e é um cara muito paciente. Um cara que faz você acontecer. E aí eu lembro que a Dani Calabresa me encontrou e falou “Regiane, depois de um tempo você vai olhar aquilo e falar, como é que eu fiz isso?” Hahaha...

LA: Hahaha... E você fez!

Regiane Alves-Revista PORTFOLIO (6)

RA: Exatamente, às vezes eu olho e falo “gente!!! Eu dancei até forró”. Fui até à semifinal. Eu só não dancei o final. Então, dancei umas 10 ou 11 danças. Salsa, ? Mas eu fui muito assim, superando, superando, melhorando, melhorando e tendo dor, e fui até onde eu conseguia mesmo, sabe? Eu acho que eu fui até ali naquela semifinal. Porque realmente para a final, eu não aguentava mais. Mas foi muito especial. Qualquer um pode dançar, independentemente de ser magra, de ser gordinha, se é nova, se é velhinha entende? Tudo é a sua pré-disposição para aquilo acontecer. E como faz bem! Como você fica leve, como você fica feliz. Realmente eu amei ter feito e nunca imaginei que eu pudesse curtir tanto. Acho que eu curti todos os ensaios, curti todos os dias.

LA: Ai meu Deus, estão me fazendo um sinal para a gente acabar.

RA: Já?

LA: Eu queria tanto passar a tarde conversando com você. Ô dó, meu Deus!

RA: Eu sou boa de papo.

LA: Você é muito boa de papo... Você levou a entrevista sozinha...

RA: Ai... Desculpa...

LA: (Gargalhadas)

RA: Pode perguntar Luiz Alberto, pode perguntar...

LA: Você derrubou minha pauta... Hahaha... Eu estava cheio de perguntas...

RA: Dá uma revisada. Você quer me perguntar alguma coisa? Por favor...

LA: Que nada! Foi maravilhoso. Isso que meu público adora. Eles adoram ver esse bate-papo. Porque a intimidade que a gente se trata, na verdade, é a intimidade que eu passo para eles. E eles se sentem assim também, íntimos, sabe? Se sentem participando. Então, estou muito feliz.

RA: Ai, que bom.

LA: Olha... Um beijo enorme para você!

RA: Imagina! Parabéns, parabéns pela revista. Eu adoro ler. Quando a gente vai procurar alguma uma fofoquinha uma informação, eu vejo a Quem e vejo vocês.

LA: Hahaha. As minhas são mais leves. É uma fofoquinha leve... (risos)

RA: Um equilíbrio, né?

LA: Um equilíbrio. Não gosto de entrar muito profundamente na vida dos outros porque é muito chato.

RA: Verdade. Parabéns! Continue. A gente precisa muito dessa divulgação também, dos nossos trabalhos. A gente vem de uma geração que tinha jornal, tinha revista e depois não tem mais. Ficamos meio confusos. “Nossa, como é que como é que a gente faz?” E quando temos um apoio, é muito legal, muito bacana.

LA: E eu apoio tudo! Filmes, peças, teatro é comigo mesmo.

RA: Ai que bom. Obrigada. Hahaha...

LA: Conta sempre comigo. Manda sempre notícias. Por favor.

RA: Pode deixar, pode deixar...

LA: Um beijo grande. Obrigado, minha querida.

RA: Tchau, tchau.

E termino mais uma entrevista que amei fazer! O L A aqui de vocês, mais uma vez se sente feliz, realizado e amando o trabalho que faz. Que delicia de entrevista! A Regiane é genial, bem humorada, linda e inteligente. Isso sem falar desse talento gigantesco para atuar e seu bom gosto para a moda. Me digam, precisa mais? Já basta não acham? Que prazer conversar com você querida... E quanto a vocês, queridos leitores, já sabem não é? Tenham um dia maravilhoso!!! Espero que tenham amado essa entrevista tanto quanto eu!

FICHA TÉCNICA

Foto: Pino Gomes @pinogomes l Criação e Edição: @luizalbertoportfolio e @giovannialbinofoto

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