28 de MARÇO de 2019
Com 50 anos e quase 30 de carreira, Carlos Arruza é um dos mais conhecidos e queridos atores do cenário do teatro musical. Com espetáculos como “Comunità – um musical italiano”, “Mamma Mia”, “Ou tudo, ou nada” e “Noviça Rebelde” no currículo, o artista se destaca no segmento.
“Comecei muito cedo, aos 19 anos, estreando no Teatro João Caetano (RJ) com a peça “Os Três Mosqueteiros”, porém a minha formação foi aos 23 anos pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL)”, diz Arruza.
No entanto, o que muitos não sabem é que o ator tem outro trabalho. Além de viver personagens em musicais e na TV - no ano de 2018 fez participações em “Malhação” e “O Outro Lado do Paraíso” - Arruza é também psicólogo.
Ele, que é Bacharel e tem Licenciatura em Psicologia, além de ser pós-graduado em Psicossomática Contemporânea, atua há 13 anos na função com seu consultório na Tijuca (RJ) e ministra cursos na área.
“ Sou professor do curso de pós-graduação na Universidade São Camilo para as turmas de Enfermagem e Administração Hospitalar. Além disso, ministro aulas em um curso livre de atualização, na Barra da Tijuca, onde sempre levo um conteúdo que apresente a Psicologia e Teatro em um mesmo contexto, como, por exemplo, poder falar da teoria de Brecht associada aos estudos de Vygotsky”, explica.
O ingresso do ator na área da Psicologia se deu quando ele foi convidado para coordenar o curso de atualização da Universidade Gama Filho no Campus Downtown, na Barra da Tijuca.
“Em 2001, fui chamado para dar aulas de teatro para esse grupo de alunos que já tinha formação acadêmica e estava “reciclando” conhecimento nas mais diversas áreas. Em contato com a Universidade, o reitor me fez o convite para assumir a coordenação da equipe de professores. Minhas aulas de teatro já tinham um cunho "psi" quanto a construção de personagens, então não tive dúvida de que este era o momento exato para aprofundar o que já fazia apenas com base nas teorias de Stanislavsky, Brecht entre outros teóricos do teatro. A palavra "construção" sempre foi a chave para o processo do ator e na Psicologia o termo "desconstrução" reforça esse processo. Conheci, entre todas as escolas, a Esquizoanálise que evidencia o conceito de que somos corpos em eterna adaptação, não obedecendo nenhuma estrutura pré-determinada. Como pós-graduado, embarquei na psicossomática contemporânea, que também desconstrói a psicossomática médica, apresentando uma visão holística sobre a existência e seus fenômenos”, diz ele.
A formação como psicólogo ajuda na construção de personagens. Segundo Arruza, atuar exige um estudo de perfil psicológico (não é uma regra para todos os diretores) e a Psicologia é uma ferramenta que sempre facilita na construção do personagem, quando bem consultada.
“Para a criação de um personagem, costumo utilizar a Psicologia para a construção daquele perfil. Já como psicólogo, posso dizer que, como em qualquer profissão, precisamos organizar nossa rotina de forma sistemática com direito a muitos improvisos, e isso é semelhante à rotina do ator”, explica.
Mas, quando tem que escolher entre as duas profissões, o lado ator fala mais alto. No momento, Arruza produz seu primeiro musical, chamado “Um Tamanduá Bandeira Formigável”, uma história infantil que irá contar com Hugo Bonemer, Thati Lopes e Claudio Tovar em seu elenco.
“As duas áreas são fascinantes, mas como o Teatro começou muito mais cedo, acredito que tenha virado algo mais forte na minha identidade profissional. A Psicologia surge como a cereja do bolo”, finaliza.
Fotos Ozéas Barbosa
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