10 de MAIO de 2018
Foi na última terça, 08, a estreia da nova temporada de “A Guerra Não Tem Rosto de Mulher”, com direção de Marcelo Bosschar, preparador do elenco da novela “Deus Salve O Rei”, contou com as presenças de Johnny Massaro e Debora Olivieri, do elenco da novela, e ainda Monique Alfradique, o ex-Titã Charles Gavin e sua mulher, Mariana Roquete, Marcelo Valle e Christiana Guinle e o diretor Domingos Oliveira.
Coincidentemente,era o 73º aniversario do fim da Segunda Guerra Mundial, justamente o tema da peça, fato lembrado pela atriz Priscila Rozenbaum e muito comentado pelos convidados. Priscilla atua ao lado de Carolyna Aguiar, idealizadora do projeto, e Luisa Thiré, neta de Tonia Carrero.
Depois de duas temporadas de sucesso no Teatro Poeira e no Teatro FAAP (SP), a peça volta à cena, agora no Teatro dos Quatro.
A narrativa oficial das guerras é masculina. Na imensa maioria dos casos, conhecemos a história através de depoimentos de homens, sejam eles soldados, comandantes, capitães, presidentes ou historiadores. Recém-premiada com o Nobel de Literatura, a escritora bielorrussa Svetlana Alexievich entrevistou centenas de mulheres que sobreviveram à Segunda Guerra e transformou os relatos no premiado livro ‘A Guerra Não Tem Rosto de Mulher’. Em cena, Carolyna Aguiar, Luisa Thiré e Priscilla Rozenbaum dão voz às heroínas de guerra, em relatos que dão conta de temas tão complexos quanto o conflito em que estão envolvidas.
Bosschar conta que a autora precisou insistir muito para falar com as esposas dos “heróis” da guerra. ‘Elas são heroínas, mas se acostumaram aos bastidores por terem, segundo os maridos, uma versão menos ‘cinematográfica’ dos fatos. Svetlana deixa que as lembranças dessas mulheres ressoem de forma angustiante e arrebatadora, em memórias que evocam frio, fome, violência sexual e a sombra onipresente de morte. Muitas queriam falar sobre o amor, a menstruação, as lágrimas e a sensação horripilante de matar alguém pela primeira vez’, diz o diretor.
Apesar do valor histórico e documental em cena, a proposta da direção foi a de privilegiar o humano em cena. Todas as referências de tempo e lugar foram retiradas da adaptação, assinada por Bosschar em parceria com as três atrizes. O palco estará desnudo e as imagens serão todas compostas através da coreografia e do movimento das intérpretes.
A ideia é que elas conduzam o público neste profundo mergulho pelos horrores da guerra, mas também os façam entrar em contato com os eventos cotidianos no front e nas batalhas. Do alistamento das jovens – que não faziam ideia do que iria acontecer com elas – ao anúncio do fim da guerra, vão passar pelo palco histórias de perdas, lutas e superações, mas também histórias de amor, amizade e afeto.
‘Ao retirarmos referências geográficas e culturais, fazemos com que "a Guerra" possa ser qualquer guerra, inclusive as urbanas que estão tão próximas de todos nós. O que restou foram mães, irmãs, filhos e avós. Todos nós entendemos a linguagem da perda, da esperança e do amor. A peça é universal pois é humana, são mulheres que morreram e outras que sobreviveram nas guerras passadas e nas presentes’, resume o diretor.
Serviço:
Local: Teatro dos Quatro l Shopping da Gávea - R. Marquês de São Vicente, 54 – Gávea / RJ Tel: (21) 2239-1095 l Horários: 3ª e 4ª às 20h l Ingressos R$ 60,00 e R$ 30,00 (meia) l Duração: 80 minutos l Gênero: Drama l Idade: 14 anos l Temporada: Até 04 de julho.
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Luisa Thiré, Priscilla Rozenbaum e Carolyna Aguiar