Vitória sedia encontro nacional de Biossegurança nos dias 1 e 2 de outubro

O IX Encontro Nacional de Comissões Internas de Biossegurança e o 8º Encontro Bienal de Biossegurança acontecem em conjunto nos dias 1 e 2 de outubro, na Praia do Canto, em Vitória. O evento irá reunir pesquisadores, profissionais e estudantes de diferentes áreas para promover atualizações e discussões em Biossegurança no cenário nacional e internacional.

A programação conta com mesas redondas sobre impactos da adoção de organismos geneticamente modificados, legislação e desenvolvimento da biotecnologia, Marco Regulatório em Biossegurança e uma mesa dedicada ao tema "Comunicação e Percepção Pública – OGM na visão do cientista e do público leigo", por exemplo. Dessa forma, os conteúdos podem interessar a pessoas diversas áreas do conhecimento envolvidos com o tema, tal como biólogos, farmacêuticos, médicos, enfermeiros, odontólogos, biomédicos, nutricionistas, agrônomos, médicos veterinários, engenheiros, químicos, advogados, jornalistas, gestores de inovação tecnológica, entre outros.

"É uma iniciativa única no âmbito nacional e uma das poucas oportunidades para a discussão técnico-científica de tema tão relevante para o desenvolvimento sustentável de nosso país. É também um evento que dá um passo a mais para a consolidação da Biotecnologia no Brasil", afirma a professora da Ufes e presidente da comissão organizadora do evento, Patricia Fernandes.

A programação inclui ainda sessão de pôsteres e dois minicursos: "Avaliação de risco de Organismos Geneticamente Modificados e derivados" e "Organização e preparação de processos em Biossegurança".

Mitos

Biossegurança é um tema que ainda envolve muitos mitos. Por isso, Patricia Fernandes - que além de Presidente da Comissão Interna de Biossegurança (CIBio) da Ufes é membro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTN-Bio) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - lembra que muitos estudos são feitos antes de qualquer produto geneticamente modificado cheguem até o consumidor.

"É importante que as pessoas entendam que quando se desenvolve um novo organismo ele não vai para o mercado sem nenhum tipo de estudo de segurança. No Brasil, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, da qual eu faço parte, avalia os estudos laboratoriais, passando pelos estudos controlados no ambiente, até a liberação comercial", explica a pesquisadora. "São plantas, vacinas, micro-organismos que produzem compostos importantes no diagnóstico de doenças tanto de humanos, quanto de animais e de plantas. Então, a biotecnologia - da forma como utilizamos esse termo atualmente - trouxe mudanças fenomenais para a saúde e também tem facilitando o dia a dia do homem", complementou em entrevista concedida à revista Universidade, destinada à divulgação científica e cultural da Ufes.

Referência

O Espírito Santo possui um centro de pesquisas de referência na área: no campus de Maruípe da Ufes, está sediado o Laboratório de Biotecnologia aplicada ao Agronegócio, coordenado pela professora Patricia Fernandes. Atualmente, a equipe desenvolve pesquisas sobre o incremento da produção de cachaça capixaba com base na melhoria do processo fermentação do álcool, produção de etanol de segunda geração a partir da casca de coco verde, aceleração da germinação de sementes com o uso da alta pressão hidrostática e melhoria da resistência de plantas a doenças, com foco no mamão papaya.

Com estudos patenteados e reconhecimento de outras instituições internacionais, o laboratório possui parcerias com pesquisadores da Princeton e Penn State, nos Estados Unidos; com a universidade de Louvain, na Bélgica; o Centro de Pesquisa de Yucatán, no México; e o instituto norte-americano Scripps Oceanography, por exemplo.

Serviço:

IX Encontro Nacional de Comissões Internas de Biossegurança | 8º Encontro Bienal de Biossegurança (ENCIBio/EBBio2018) - 1 e 2 de outubro - Centro de Treinamento Dom João Batista (Alameda Irmã Nieta – Praia do Canto, Vitória/ES)

Foto Elisa Coradini