08 de OUTUBRO de 2021
O setor industrial Brasileiro é um dos mais potentes do mundo. Entre setores como automobilístico, petroquímico, alimentares, de minerais não metálicos, soja, têxtil, de vestuário, metalúrgica e eletrônicos, a tecnologia é a grande aliada para otimização de produção e fortalece um outro grande setor no país, o de empresas que oferecem reparos e soluções em tecnologia para as grandes fábricas do país.
O brasileiro Bruno Buenos de 30 anos, natural de São Paulo é um dos responsáveis por atender a demanda de manutenção de boa parte dessas fábricas. Ele é o CEO e fundador da Ozora Soluções, empresa brasileira de tecnologia posicionada entre as principais do mercado em manutenção e reparos de equipamentos industriais do país.
Em entrevista, Bruno contou que algumas das dificuldades que encontrou durante sua jornada no setor e que vivencia até hoje são o racismo e colorismo: “A situação aqui no Brasil é velada. Eu sou preto, filho de mãe preta. Tem a questão do Colorismo, pois eu posso não ser 'preto o suficiente' para o outro preto, e para o branco ‘eu não sou branco suficiente', mas eu sou preto como Tupac, Malcom X, Martin Luther King, Mano Brown. E eu não tenho que ficar me autoafirmando enquanto preto, eu tenho que ser respeitado por isso’’ disse o empresário.
O colorismo é um preconceito que pode acontecer entre pessoas de pele negra, mas, assim como o racismo, funciona de forma estrutural na sociedade brasileira e está ligado ao processo de embranquecimento no país, criando relações e cenários desiguais, de acordo com o tom da pele.
Para Bruno é importante que assuntos como estes sejam amplamente discutidos: “Se as pessoas da nossa geração ampliarem a discussão sobre privilégios e igualdade, este será um legado para o futuro. E o futuro pode ser muito em breve, com nossos filhos, nossos netos. É preciso uma grande conscientização, principalmente com o mais velhos. Muitas vezes eu sento em uma mesa de reunião com vários homens brancos e mais velhos e é nítida a constante tentativa de descredibilização por eu ser mais jovem, ser tatuado, negro. Mas tudo isso se torna combustível para uma conscientização que está no caminho e fico orgulhoso de compartilhar minha experiência para que outros não passem pelo mesmo’’, finalizou o empresário.
O relato de Bruno, faz muito sentido. Segundo Dados do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que 54% da população brasileira é negra, mas apenas 17% estão entre os mais ricos. Ainda de acordo com o IBGE, os brancos chegam a receber até 68% mais do que brancos pelo mesmo trabalho em setores como indústrias, comércios e prestação de serviços. A Desigualdade é ainda maior nos cargos de chefia. Somente 29,9% dos cargos gerenciais são exercidos por pretos ou pardos.
VEJA TAMBÉM
Valentina Saluz no lançamento da coluna PORTFOLIO CONEXÕES
Salvatore Ferragamo apresenta Coleção SS22 na Semana de Moda de Milão
ACOMPANHE O DIA E A NOITE DOS FAMOSOS PELO NOSSO INSTAGRAM