Bate-papo exclusivo com a atriz Giovanna Lancellotti

Ela fala da sua carreira e de seus personagens marcantes

28 de NOVEMBRO de 2021

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Bate-papo exclusivo com a atriz Giovanna Lancellotti

Giovanna Lancellotti tem 11 anos de carreira e 28 de idade. Nascida no interior de São Paulo, a atriz se mudou para o RJ aos 17 anos para fazer sua primeira novela na TV Globo, Insensato Coração (2011). De lá para cá, Giovanna esteve presente em diversas novelas do canal. Em 2013, ela se destacou como Lindinalva no remake de Gabriela, escrito por Walcyr Carrasco.

Em 2014, a atriz integrou o elenco de Alto Astral interpretando Bélgica, uma menina dissimulada e que aprontava diversas maldades. Na pele da vilã, a atriz recebeu diversos elogios. No ano seguinte, ela voltou ao horário nobre com A Regra do Jogo, obra de João Emanuel Carneiro. Com o autor, ela repetiu a parceria em Segundo Sol (2018), interpretando a preconceituosa e mimada Rochelle. Giovanna chamou atenção da crítica e da mídia especializada por causa de sua composição.

Em 2016, como a meiga Milena, a atriz ganhou o público de Sol Nascente, que torceu para que a jovem tivesse o merecido final feliz no último capítulo. Em 2019, ela participou da série Shippados, escrita por Alexandre Machado e Fernanda Young. Paralelamente à TV, Giovanna vem construindo uma história sólida no cinema. Ela esteve no elenco de Entre Abelhas (2015), Tudo por Um Popstar (2018), Tudo Acaba em Festa (2018), Eu Sou mais Eu (2019) e Ricos de Amor (2020). A atriz tem dois filmes para estrear: Incompatível e Nada é por Acaso. E para 2022, ela tem quatro longas-metragens para protagonizar.

A atriz está no elenco de uma nova série para streaming, que tem previsão de estreia para o início de 2022.

LUIZ ALBERTO: Tudo bom? Giovana que prazer ter você aqui!

Giovana Lancellotti: Prazer o meu! Estamos juntos!

LA: Que maravilha! Vamos falar da sua carreira. Vamos falar de como começou. Essa garota que veio do interior de São Paulo foi para o Rio de Janeiro e com 17 anos fez sua primeira novela.

GL: Exatamente.

LA: Menina! 28 anos de idade, você já tem aí 11 anos de carreira. Para tudo! Para tudo! (risos)

GL: (risos) Eu até esqueço que é tanto tempo assim, a gente vai vivendo então né? As coisas vão acontecendo tão naturalmente que quando você para ver, fala, “meu Deus, eu estou aqui há uma década”.

LA: Que bacana... Antes de falarmos da primeira novela que você fez, que foi Insensato Coração, como é que surgiu a Giovanna atriz? De onde ela tirou essa ideia: “vou ser atriz”?

GL: Cara, eu nem me lembro de não ter essa ideia...

LA: Hahahaha

GL: Porque quando eu era criança, teve uma fase minha bem novinha que eu falava que queria ser veterinária só porque eu gostava de animais, eu achava que era simples assim, que bastava você gostar de animais. Então, teve essa fase do veterinário, mas que foi curta e logo em seguida já começou com “quero ser atriz, quero ser atriz, quero ser atriz”. Eu tive uma veia artística muito influenciada pela minha avó materna, pela minha avó Cidinha. Então, como eu morava com ela quando era pequena, meus pais separaram eu era ainda pequena, a gente fazia sabonete, fazia bijuteria, pintava quadros, fazia chapinha. A minha avó me estimulou muito esse lado, acho que despertou daí. E foi ela quem percebeu que eu levava jeito pra esse lado artista. Ela falou para minha mãe e aí minha mãe me colocou no teatro e as coisas foram concretizando.

Giovanna Lancellotti - Revista PORTFOLIO materia (1)

LA: Aí você foi pro Rio de Janeiro... Foi fazer teste ou foi convidada? Insensato Coração foi sua primeira novela

GL: Na verdade, com 15 anos me mudei para São Paulo para fazer um curso profissional, porque na minha cidade não tinha curso profissional era mais de escola. Então, com 15 anos me mudei para São Paulo para fazer Wolf Maia e o curso era de quatro anos e no meio, no segundo ano, foi muito rápido, eu fiz um teste para Malhação. E aí fiquei até a final e na final, não passei, eu e o Rodrigo Simas fomos as únicas pessoas que não passaram nesse teste final.

LA: (risos)

GL: E aí eu falei, “quer saber? Vou focar no teatro. Deixa para lá”, só que o produtor de elenco da época pegou meu teste final de Malhação e mandou para a novela das 9 que era Insensato Coração. E aí eu já passei. Através do teste da Malhação. Uma coisa assim. Era para ser.

LA: E numa novela das 9! Isso te assustou Giovanna?

GL: Me assustou um pouco porque quando eu não passei em Malhação eu pensei, nessa época eu tinha dezessete anos e não entendia muito dessas coisas. Eu pensei “bom, não passei em Malhação, então não devo ser muito boa, sei lá, né? Não vou passar na novela das 9”. Eu não tive o raciocínio de que tem vários fatores que influenciam. Na época não estava esperando e foi uma surpresa muito grande para mim. Eu não esperava mesmo. E essa foi a personagem que me abriu as portas. Cecília é uma personagem que eu sou muito grata. Até hoje as pessoas cantam a música do Bruno Mars para mim, que era o tema da personagem. Então ela foi um presentaço, com certeza.

LA: Um grande presente. E Lindinalva? Você fez no remake de Gabriela. O que era Lindinalva? Vamos falar dela, eu me arrepio só de falar! Eu sou noveleiro, adoro, sabe?

GL: Eu adoro também. É uma personagem que eu tenho muito carinho porque, com certeza, foi a minha personagem com mais carga dramática e eu era muito nova, tinha 19 anos, e tinha muita cena de nudez, era um universo muito novo para mim. Foi difícil no começo, quando fiquei sabendo quando eu fiz o teste. Quando passei no teste, pensei “meu Deus, eu passei, agora eu vou fazer. E agora, né?”

LA: (risos)

GL: Parece que aí a ficha cai. Mas o público recebeu tão bem a personagem, ? Como era uma personagem nova do remake, então, acho que as pessoas a receberam muito bem como uma novidade. E era uma história que eu tinha colegas de cena como Antônio Fagundes, Ivete Sangalo, Laura Cardoso, então eu estava numa jaula com grandes monstros da dramaturgia. Foi, com certeza, uma experiência, inesquecível.

LA: Inesquecível. Pra gente também, porque eu vou te falar, a Lindinalva sofreu, coitadinha, meu Deus do céu! Mas ao mesmo tempo, ela passou uma coragem, uma força para as mulheres...

GL: Daquela época, ?

LA: E para as mulheres que estavam assistindo, viram uma transformação. Ela sofreu, mas ela também foi uma mulher forte ao mesmo tempo, concorda?

GL: Concordo. As coisas que ela passou não foram brincadeira. Ela perdeu a virgindade com o noivo acreditando naquele casamento. Depois de perder os pais, meio que chantageada por esse noivo, porque ela estava endividada. E aí, depois do rompimento dessa pureza, que seria a virgindade, ela vai para o Bataclan se prostituir com amigos do pai dela que falecera, os coronéis. Então, era uma carga muito pesada mesmo. O noivo dela, depois, foi atrás dela como garota de programa. Então foram experiências muito fortes que eu, com 19 anos, não tinha a menor noção. Com certeza o meu laboratório foi muito importante. Frequentei muitos prostíbulos, falei com muitas garotas de programa, tanto de lugares mais sofisticados, quanto as que ficam na rua mesmo.

Giovanna Lancellotti - Revista PORTFOLIO materia (2)

LA: Que legal! Você fez essa pesquisa? Bacana.

GL: Nossa! Super! Fui para vários lugares aqui no Rio e me abriu muito a cabeça não só pra personagem, mas para minha vida também, sabe? Conheci histórias diferentes de mulheres que muitas vezes não estavam ali porque queriam. Estavam ali porque precisavam estar. Então foi muito forte para mim.

LA: Que era o caso da Lindinalva. Uma cena marcante, por exemplo, foi o noivo ter ido lá no bordel. Aquela foi cena espetacular, arrepiante.

GL: Eu gosto muito daquela cena. Eu gosto muito do meu diálogo com a Ivete que tem nessa cena. Nossa! Eu me lembro de tudo e foi muito foi muito importante.

LA: Mas vamos para 2014, ano que você foi para o elenco de Alto Astral interpretando Bélgica, dissimuladérrima! E aprontando muitas maldades. Você gosta de fazer vilã?

GL: Amo fazer vilã. Amo. O mais legal da Bélgica para mim era que eu me divertia. Porque apesar dela ser uma vilã, ela era adolescente, ela não matava ninguém, ela não fazia grandes maldades. Ela só era louca, invejosa com a amiga, que tinha essa psicopatia mesmo com a amiga. Ela queria ser igual a ela e isso passava do limite a ponto de pintar o cabelo e tal, então, era divertido para mim. Era uma maldade divertida.

LA: Hahaha... É, eu queria ser ator, porque a gente põe toda a maldade pra fora. Hehehe

GL: Faz os maiores absurdos...

LA: É... Faz os maiores absurdos!

GL: E era bacana também a relação dela com a família, que todos os irmãos tinham nomes de países. Existem muitas pessoas com nome de país. A gente recebia muitas mensagens, virou até uma matéria do Fantástico. Foi bem legal.

LA: Você também fez, logo no ano seguinte, A Regra do Jogo. Qual foi sua personagem?

GL: Era a Luana. Uma menina bem livre e morava numa família que eram todos bem malucos. A relação financeira deles era bem doida. Fizeram uma confusão de família e aí ela ia vender sanduíche na praia, se apaixonava pelo primo, era uma loucura.

LA: E a malvadinha da Rochelle?

GL: A Rochelle foi um presente do mesmo autor de A Regra do Jogo, João Emanuel Carneiro, que depois me presenteou com a Rochelle que foi uma personagem que nunca vou esquecer. Primeiro porque todo o lance dessa doença, da síndrome de Guillain-Barré, não era uma coisa que eu estava esperando, não era uma coisa que eu sabia. Me pegou de surpresa e foi uma surpresa muito maravilhosa, porque eu, como atriz, tive que me desdobrar, me descobrir de outras formas e foi muito interessante o processo para mim. Todo lado motor, como ela ia voltando aos movimentos. Essa volta para mim era muito difícil. Eu fiz um laboratório com a preparadora Patrícia Carvalho, incrível, que a gente ia, desde a centros de reabilitação, até ela andar comigo de cadeira de rodas amarrada para não poder mexer nada e entender qual era a sensação de ver tudo de outro plano. Foi muito importante. Eu gosto muito de fazer laboratório. Eu gosto muito de ter vivências assim, sabe? De sentir mais próximo de mim. Não é todo personagem que a gente tem esse leque de possibilidades no seu laboratório, mas, quando tenho uma oportunidade de fazer um personagem mais característico, que eu consiga achar na rua, procuro aproveitar.

LA: Acho muito legal. Essa pesquisa para você trazer um personagem mais verdadeiro, mais perto da gente e também para mostrar para as pessoas que existe essa síndrome. É super importante.

Giovanna Lancellotti - Revista PORTFOLIO materia (3)

GL: Muitas pessoas falam comigo sobre Guillain-Barré porque nunca havia sido retratado na televisão. E foi muito bom, porque através do depoimento delas eu consegui ter vários, vários insights de cena. Muitos macetes. Teve uma menina que me ajudou muito. Ela me mandou vídeos dela da época, então, eu meio que imitava. Tentava imitar os movimentos dela, dos vídeos, de recuperação. Isso foi muito bacana.

LA: Nossa... Muito bom, hein? Aí veio a Milena.

GL: Milena, de Sol Nascente, foi muito bacana também, porque foi a primeira personagem que me levou mais para o lado de mulher. Que mostrava muita essa transformação dela de uma menina para mulher. E tinha um relacionamento com um cara mais velho que era interpretado pelo Henri Castelli. Então, para mim, como atriz, para o público me ver diferente, foi muito importante. Eu senti que deu uma mudada depois dessa novela e foi um casal que deu muito certo que eu amava fazer com o Henri. A gente se dava muito bem. Ela era meio revoltada, toda tatuada e ele amava as tatuagens dela. Foi bem bacana.

LA: Eu gostei, eu adorei essa novela e, principalmente, o casal. Vocês dois foram perfeitos. Foi muito bacana. Essa história, realmente, deu para sentir essa transformação da atriz, Giovanna fazendo essa passagem de menina mulher para mulher, né?

GL: Foi bem legal para mim.

LA: Isso é muito bacana, porque a gente que acompanha gosta de ver esse crescimento, tanto da atriz, quanto dos personagens da atriz. Aí você participou de Shipados, da incrível Fernanda Young.

GL: Maravilhoso, porque era um núcleo de pessoas que eu admiro muito, atores/comediantes. Tatá Werneck, Eduardo Sterblitch, Clarice Falcão, Luis Lobianco, Julia Rabelo, Rafael Queiroga, todos que eu admiro muito, que eu gosto de assistir. Eu adoro o meio da comédia e nunca havia tido a oportunidade de fazer algo voltado para comédia. Essa foi a primeira vez que era realmente uma comédia.

LA: Ali você colocou tudo!

GL: Foi muito legal.

LA: A série foi muito divertida gente. Ela é divertida.

GL: Da saudosa Fernanda Young e Alexandre Machado.

LA: Dupla perfeita! Fernanda Young e Alexandre Machado. Que dupla maravilhosa! Temos aí Os Normais que continua sendo o máximo. Eu reveja Os Normais sempre?

GL: Eu adoro. Na época do Shippados eu revi muita coisa também.

LA: E você foi fazer cinema, no elenco de Entre Abelhas, Tudo Por Um Pop Star que eu adorei, achei muito engraçado e Tudo Acaba em Festa, Eu Sou Mais Eu e Ricos de Amor.

GL: Tem também Intimidade Entre Estranhos, que eu faço a Karina e “De Novo Não” com a Kéfera...

LA: Entre Abelhas foi sua estreia no cinema, digamos assim?

GL: Entre Abelhas foi minha estreia no cinema e com certeza foi o que me despertou ainda mais a vontade de ir para o cinema, porque o meu grande sonho sempre foi o cinema. Claro, a televisão chegou na minha vida de uma forma muito natural e eu me apaixonei pela televisão. Amo fazer televisão, mas a minha grande vontade como atriz sempre foi o cinema. Então, quando o Fábio Porchat me convidou eu fiquei muito feliz, porque eu já amava o Fábio e era o Ian, que na época era o diretor do Porta dos Fundos, que eu amo também, foi muito bacana. Era uma comédia com drama, comédia muito mais na situação do que na fala, propriamente no texto. Acabava sendo uma crítica social também o Entre Abelhas, o que você deixa de enxergar ao seu redor.

Giovanna Lancellotti - Revista PORTFOLIO materia (4)

LA: E tem mais para estrear em 2022! Incomparável...

GL: Tem a série Temporada de Verão que vai ser a primeira a estrear e eu já vou dar um spoiler.

LA: Oba!!!

GL: Vai ser em janeiro. Não vou falar o dia senão serei demitida. (risos) Mas é em janeiro. Eu estou muito ansiosa para essa série, muito, muito, muito. Foi uma série que a gente rodou inteira numa pandemia e não foi fácil. Mas foi muito especial também e eu amei fazer. Amo essa coisa meio leve, moderno. Estou muito ansiosa para essa estreia. Tem o Nada Por Acaso que é um longa espírita, primeiro longa baseado no livro da Zibia Gasparetto. E eu acredito muito na doutrina espírita.

LA: Eu sou espírita, adoro.

GL: Eu também. Então para mim foi muito, muito especial e tem também o Incomparável que é um filme que a gente rodou em 2017 e vai lançar esse ano. Eu, Nathalia Dill, Gabriel Louchard, Gabriel Godoy, Pablo Sanábio, está muito engraçado o filme, que também é uma comédia e bem legal.

LA: Gosta de fazer cinema!

GL: Amo fazer cinema!

LA: Gostamos também de te ver no cinema. Quero te dizer isso.

GL: (risos) Que bom!

LA: Aliás, gostamos de ver você sempre. Eu estava louco para te entrevistar, falar da sua carreira. Gente, você é uma menina nova, 28 anos, 11 de carreira. Você já parou para pensar sobre isso aí? Vários filmes, várias novelas, aqui tem uma quantidade enorme de filmes, novelas e séries. Você fez muita coisa garota!

GL: Então, às vezes, a gente não para pra pensar, ? As coisas vão acontecendo e você vai vivendo, mas com certeza uma coisa que eu fico muito feliz em olhar para minha trajetória é ver essa flexibilidade em conseguir estar em vários lugares. Não ser só uma atriz da Globo, ou não ser só uma atriz que só faz cinema, ou não ser só uma atriz que só faz algo, sabe? Esses rótulos que a gente tinha um pouco antigamente e que toda a classe tem conseguido mudar. Eu fico feliz em ver a minha trajetória bem ampla nesse sentido. Fiz teatro, fiz novela, fiz cinema, fiz série, fiz streaming, então, isso para mim, para uma geminiana que não gosta de rotina, ?

LA: Geminiana não gosta de rotina!

GL: Para mim isso é muito bom. E ter essa liberdade de transitar em vários universos, vários públicos diferentes. Isso para mim é maravilhoso.

LA: E levar seu trabalho de atriz, ? Não está presa num só lugar, uma só linguagem. Não está ali só na televisão, não está ali só no teatro, só no cinema. Você tem razão porque antigamente era muito isso, “eu sou ator de teatro, eu sou ator de televisão”.

GL: E o próprio público tinha essa identificação com essa pessoa em algum lugar. “Ah, essa só faz isso”.  Acho que o ator, realmente, tem que ser múltiplo. Ele tem que transitar em vários ambientes, trabalhar com pessoas diferentes, com produções diferentes. Até para ele mesmo ter referência, do que ele gosta mais de fazer, de qual é o tipo de produção que se encaixa melhor com ele? Isso para mim é muito bom. Essa variedade de ambientes me enriquece muito.

LA: E como geminiana, tenho certeza, que te fazendo a pergunta, “o que você gosta mais?” você vai dizer, “gosto de todos!” Hahahaha

GL: Eu gosto de todos. Eu sou muito de fases. Tem fase que amo muito cinema, tem fase que amo muito televisão. Acho que quando você pega um personagem que te deixa muito feliz, que tem uma história boa, que você se diverte fazendo, que consegue criar, que o público se interessa e tal, é meio que indiferente. Porque você está tão envolvido com aquela história, que você nem lembra muito qual é o veículo. Acho que vou muito mais pelo personagem, por história, do que pelo veículo.

LA: É exatamente isso que acho que tem que ser. O personagem que tem que prender, esteja ele onde estiver, no teatro, no cinema, na série ou na TV aberta. Você gravou filme na pandemia?

GL: Só uma série. Foi difícil porque era uma série que estava prevista para ser três meses e acabamos rodando em 8 meses, porque tinha muitos protocolos e o elenco acabou se contaminando no final. Tivemos que parar por 15 dias, tinha teste dia sim dia não, bombeiro no set, não podia ligar ar condicionado. Várias coisas pequenas mudaram e isso foi um choque para mim também. Foi bom, primeiro, porque o elenco só podia se encontrar entre a gente, não podia sair de casa, então, a gente acabou se entrosando muito e acabou, realmente, vivendo esse núcleo de amigos. Isso foi muito bom. Acabou sendo um laboratório para todos nós, porque só convivíamos entre a gente. E também você se testar em uma situação que não é sua zona de conforto. Testar sua paciência, testar sua empatia com outro. Cada um estava passando por um momento muito diferente. O mundo estava passando por um momento que, graças a Deus, as coisas estão começando a melhorar. Mas, naquele momento, estávamos no ápice de uma pandemia. Então, as pessoas tinham as suas quedas de energia mesmo, de saúde mental...

LA: De humor. A saúde mental de todo mundo foi afetada...

GL: Então teve que ter muita paciência, muito carinho um com o outro, muito cuidado um com o outro, porque era um momento inteiro delicado e a gente gravou bastante. E gravava na praia, gravava externa. Eram pessoas que queriam ver a gente e não podíamos dar essa atenção. Foi um processo diferente.

Giovanna Lancellotti - Revista PORTFOLIO materia (5)

LA: E as pessoas que não entendem, que querem chegar perto e ficam danadas da vida, porque você não pode dar a atenção devida. Porque eu sempre soube que você é muito, muito gentil com seus fãs. Por isso que você tem aí milhões de seguidores. Ah, e muito carinhosa com seus fãs.

GL: E fico feliz também em ter construído uma relação saudável com os fãs. Porque acontece de ver artistas, não só nacionais, internacionais também, onde existe uma legião de fãs muito apaixonados e muito fanáticos. É um lado lindo, mas, às vezes, passa um pouco do ponto no sentido do respeito, no sentido de deduzir coisas, no sentido um pouco invasivo. A relação que eu consegui construir com os meus fãs é de muito respeito, muito carinho. Tenho o telefone de vários, eles me acionam quando eles precisam e eu respondo numa boa. Porque eles têm o respeito de não passar do limite, sabe? Isso é muito bom para mim. Eles me ajudam. Eu sou meio lerda um com essas coisas de rede social.  Parece que sou tecnológica, mas não sou tanto. Várias coisas que estão rolando, tipo votação, estou concorrendo a algum prêmio, eles que me contam e já mandam um flyer que eles fazem. É uma relação muito de mão dupla mesmo. É quase como se fosse uma equipe minha, que está ali porque quer, por amor.

LA: Pois é, essa boa relação é importantíssima, porque o fã quando passa do limite, ao ponto de se meter na vida do artista, de entrar num terreno que não é dele, eu vejo muito.

GL: Não só o fã. Qualquer pessoa, qualquer jornalista. Mas o fã, como tem aquela relação, eles sabem realmente tudo da sua vida, da sua família e tal. É uma linha tênue esse contato. Esse contato tem que ser verdadeiro, limpo e sem distorções de ambas as partes.

LA: Você falou em jornalista. Eu acho que é muito importante isso. Eu não gosto de me envolver na vida. Tipo, “Giovanna Lancellotti tá namorando, Giovanna Lancellotti terminou com...” Essa coisa boba, por que eu vou reportar isso? Qual é o interesse?

GL: Eu entendo também a curiosidade das pessoas, dos fãs principalmente, das pessoas que estão ali acompanhando sua vida, consumindo seu trabalho, que gostam de você. Eu super entendo essa curiosidade, acho que quando é uma coisa natural, com respeito e com o limite não tem problema algum. Por exemplo, eu comecei a namorar, no começo surgiram várias especulações, tinham fãs meus que me perguntavam e eu fiquei meio na minha. Ainda não sabia o que ia ser.(risos) A partir do momento que a gente resolveu ter uma relação, namorar, assumir o namoro e tal, a primeira coisa que eu fiz foi comunicar isso.”Tudo bem, com respeito estou namorando, estou feliz. Um beijo, vocês estão sabendo e tá tudo certo”. Então, eu não me importo também. Eu não gosto de ter que dar uma satisfação, de ter que me posicionar. Mas, compartilhar coisas importantes e gostosas da minha vida com pessoas que gostam de mim eu acho gostoso também. É uma relação gostosa, mas sempre com esse limite aí.

LA: Eu acho que a imprensa, alguns colegas, poderiam ser mais amigos. Se você está namorando, legal, vão botar “Giovanna está namorando com fulano. O casal lindo”. Pronto, ? “Olha que casal lindo”, isso é muito legal quando chega até aí. Depois, quando passa, quando termina, aí vem as especulações...

GL: Isso, às vezes, é sofrido também para a pessoa que está terminando. São raras as vezes que você termina numa boa, que você termina felizão. Ninguém termina um relacionamento felizão! Falta, às vezes, um cuidado ao contar uma história de alguém. Tudo bem, é uma fofoca, mas é a história de alguém. É a parte da história de alguém. Mas acho, que de verdade, a comunicação e as pessoas do meio, inclusive, depois dessa pandemia, tendem a fazer uma comunicação muito mais empática. Acho que hoje em dia as pessoas têm mais cuidado ao falar de alguém. Não todas, ? Eu vejo empatia, de cuidado, de uma delicadeza ao passarem informação, ao saber que você está falando da vida de alguém. Eu vejo sim um pouco essa mudança, vejo essa evolução.

Giovanna Lancellotti - Revista PORTFOLIO materia (6)

LA: É... Pelo menos na PORTFOLIO você vê. Agora, se você me seguir, você vai ver muito mais tá? Hahaha

GL: Vou seguir. Acabando aqui já vou dar esse follow.

LA: Gi, tenho que encerrar, mas nosso papo poderia ser muito mais longo porque eu amei.

GL: Hahahaha... Eu gosto de falar também, ?

LA: Mas é bom quando você é fã de uma pessoa, como eu sou seu, e conversar pessoalmente, acompanhar a carreira da pessoa como eu acompanhei a sua carreira e acompanho. É tão bom poder entrevistar, gente! Minha vida de jornalista, nesse ponto, está sendo maravilhosa. É sempre um presente.

GL: Conversar com pessoas que a gente admira é sempre bom. Gosto muito também.

LA: Eu te admiro, espero que tenha gostado da nossa entrevista.

GL: Adorei. Adorei relembrar minhas personagens.

LA: Querida Gi Lancellotti... Chamando de Gi como se fosse amigo íntimo de Infância.

GL: Pode chamar. Eu adoro que me chamem de Gi.

LA: Querida, poxa, que bom falar com você. Linda, generosa, maravilhosa talentosa. E não sei o que mais o que eu posso dizer sobre você.

GL: Muito obrigada, a gente vai se falar bastante ainda.

LA: Ah me manda sempre notícias, por favor. Estou esperando você me seguir lá, porque aí, de vez em quando, no DM, vou mandar mensagem pra você contar as novidades para mim.

GL: Combinado.

LA: Beijo, beijo.

GL: Beijo, galera. Tchau, tchau.

Fim de mais uma conversa boa com mais um entrevistado incrível! Espero que tenham gostado meus amores. Ela é maravilhosa, vocês também não acharam? Pois então, fiquem com abraços apertados e o desejo de um domingo cheio de sorrisos de carinhos! Desejo do L A aqui de vocês... Te espero aqui domingo que vem!

FICHA TÉCNICA:

Foto: Vinicius Mochizuki @viniciusmochizuki l Styling: Marcell Maia @marcellmaia l Beleza: Vivi Gonzo @makegonzovivi l Assessoria: Stampa Comunicação @stampa_comunicacao l Criação e Edição: Luiz Alberto @luizalbertoportfolio e Giovanni Albino @giovannialbinofoto

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