28 de MAIO de 2020
A escritora contemporânea Miriam Rezende Gonçalves, conversou com a Revista PORTFOLIO e falou sobre sua trajetória jornalística, seus trabalhos autorais e também de sua passagem pela TV Globo. Lamentou a turnê interrompida de lançamento do livro Alcântara. Miriam é considerada uma mulher empoderada, comunicadora bem relacionada e articulada, produtora que realiza, roteirista, dramaturga e nerd!
Vamos conhecer um pouco mais sobre ela?
Porque você escolheu o jornalismo?
Escolhi o jornalismo por pressão familiar em fazer um curso que proporcionasse estabilidade. Na ocasião, eu cursava teatro na CAL e a comunicação foi para permanecer na área, uma continuidade.
Me conte um pouco da sua trajetória até chegar a escritora.
Aos 18 anos fui morar no Rio de Janeiro e fazer teatro na CAL. Logo, comecei a fazer comunicação social, jornalismo. E em seguida, já fui participar de uma seleção para oficina de produção da Rede Globo, no Projac. Dentre milhares de pessoas, e até dança das cadeiras foi usado, eu fui uma das selecionadas. A produção me trouxe uma base muito boa, foi minha grande escola e sou muito grata, porém, tinha a sensação de que faltava algo. Então, em 2009, fui para São Paulo trabalhar na mudança de linguagem do programa "Auto esporte", também da TV Globo. Era produzido fora e estava em mudança de linguagem, de jornalismo ele migraria para entretenimento e criei um quadro - Se Meu Carro Falasse - onde celebridades contavam trechos inusitados de suas vidas que aconteceram dentro de seus carros. Paralelo a isso, comecei a fazer pós- graduação em Argumento e Roteiro para Cinema e Televisão na FAAP. E ali, assistindo a filmes biográficos, constatei que todos eles tinham um dado de sua missão na infância. A Piaff cantava em um caixote e o Aviador brincava com aviões na banheira, para citar exemplos. Olhando para mim, eu escrevia poemas em bloquinhos de papel coloridos que meu pai pegava na gráfica de meu avô, e ainda era campeã de redação na escola. Isso ajudou a me posicionar. Depois fui produzir "Menina Fantástica" e estudar dramaturgia em Cuba.
Miriam, você é uma pesquisadora e defensora de ambientes não muito comuns, como as questões espaciais. Como surgiu esse interesse?
Surgiu de uma catástrofe familiar. Aquela velha história de fazer uma limonada com um limão. Minha tia perdeu um filho na explosão da base de Alcântara, no Maranhão, engenheiro mecânico do projeto VLS-03, e foi se recuperar na minha casa. Desde então, eu passei a recortar tudo que saia na imprensa sobre o fato. Criei um portfólio que usei no curso de roteiro, transformei em livro e tenho contrato assinado com uma produtora para virar filme e seriado. Queremos criar a cultura do espaço no país, assim como Hollywood fez com a NASA.
O que não sabemos sobre a conquista espacial que está presente em nosso cotidiano?
Acredito que a mensagem mais importante pra deixar para os leitores da revista é: a conquista espacial existe para resolver os problemas e mazelas da Terra, para garantir nossa sobrevivência. Qualquer discurso diferente disto, é falta de informação. Posso citar vários exemplos: a internet via satélites, as câmera acopladas nos celulares, mecanismos de pesquisa do Google, equipamentos de raio-x, equipamentos de ressonância magnética, GPS, previsão do tempo, amortecedor dos tênis, cura do câncer, cura da aids, cirurgia de catarata e centenas de outros.
Você escreveu um livro, romance que está sendo divulgado, com o titulo Alcântara. O que ele representa para você e o que o leitor pode esperar.
Representa a realização de um sonho, pelo qual lutei com muita persistência. Realizar é isso, persistir. O leitor irá entrar em um novo universo, nunca antes abordado pela literatura, nem pela cinematografia nacional. E conhecer a história de heróis nacionais, que deram a vida ao desbravar o desconhecido.
MIRIAM REZENDE GONÇALVES LANÇA O LIVRO SOBRE A BASE DE ALCÂNTARA E RESGATA HISTÓRIA DE HERÓIS BRASILEIROS
Quais seus planos pós pandemia?
Tenho rezado e meditado muito, e cada vez mais ativista do programa espacial brasileiro. No momento o que posso dizer, é que confio no meu trabalho, e na minha missão. Tive uma agenda lotada de palestras e turnê de autógrafos interrompida, e precisamos acreditar que existe algo maior por trás de tudo isso, e logo mais, tudo fará sentido.
Um sonho, um livro e uma música?
Um baby. "Alcântara, a história inspirada na História", Rs! E "Quando tudo pede um pouco mais de calma..." do Lenine.
Deixe seu contato para palestras ou trabalho.
Mauricio Aires, da Amigos Assessoria, 021-99988-2158
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