10 de MAIO de 2022
Felipe Coutinho, de 22 anos, vive seu segundo papel na TV em "Reis", nova série da Record. O ator interpreta o israelita Ner, filho de Abiel (Dudu Pelizzari) e Iana (Karla Hill) e irmão de Quis (Enzo Ciolini). Felipe faz um paralelo seu com o personagem. "Ele brilha por ter a certeza do que quer fazer e o quão feliz é com isso. Esse é o momento onde eu falo a mesma língua que ele, separados por séculos, mas unidos por um brilho: o de fazer o que ama. Ner ama o exército, defende seu povo, sabe muito bem de onde vem a luz que o move. Eu também sei a minha luz, a encontro toda vez que piso em um palco, coloco um figurino, me posiciono para câmera ou aceito os aplausos em tempo real de quem está na plateia", reflete.
Entre os desafios do processo de construção do personagem, Felipe destaca as aulas de montaria. "Lembro que no primeiro dia não conseguia mexer as pernas, de tanto que tremiam. Os cavalos foram muito generosos comigo. Fui perdendo medo e, hoje em dia, não vejo a hora de experienciar isso de novo", conta. Já as oficinas de armas o deixaram à vontade e o fizeram lembrar de quando era adolescente e praticava artes marciais. "Por diversas vezes me peguei em casa treinando os movimentos das aulas, assim como fazia quando aprendia novos golpes e sequências na luta há alguns anos. Gravamos semanas e semanas de batalhas, então essa experiência fez toda a diferença para que eu me sentisse seguro, como o personagem se sentiria naquela situação, e como eu busco me sentir ao entrar em um estúdio de gravações", revela.
Felipe recorda que o teste para "Reis", que aconteceu um dia após seu aniversário de 22 anos, chegou como uma representação de recomeço e esperança, pela oportunidade de voltar a trabalhar após o caótico cenário da pandemia. Durante o período em casa, em que passou em sua cidade, Petrópolis (RJ), realizou leituras e peças online e começou a faculdade de artes cênicas na Casa de Artes de Laranjeiras (CAL), onde se formou em janeiro deste ano. Antes, o ator já havia estudado na Escola de Atores Wolf Maia e no Ivana Chubbuck Studios, em Los Angeles, famosa escola da autora do livro "O poder do ator". Felipe conta que começou a estudar para o ofício aos 16 anos, e lembra que foram três anos de viagens de Petrópolis ao Rio de Janeiro para aulas, ensaios de peças e gravações de curtas e longa metragens.
O primeiro papel na TV foi em 2019/2020 na novela "Bom Sucesso", na Globo, onde fazia o jogador de basquete José. Felipe lembra que nunca tinha visto um jogo completo do esporte, mas que, com a aprovação para o personagem, foram 10 meses de assinatura de jogos de basquete e treinos diários para que se sentisse apto e enturmado. "Papéis instigantes pra mim são os que fogem por completo de quem eu sou e, por isso, preciso passar por um processo de adaptação e adequação. Me interesso muito pelo novo, por fazer coisas que ainda não fiz, pelo processo da aprendizagem que caminha entre o desespero inicial, até a fluidez do domínio. Acho que me vejo nessa profissão um pouco por isso. Não existe rotina no que fazemos, somos nômades artísticos e isso me trás um frescor na alma, um ânimo, que nada mais pode suprir", revela.
Felipe gosta quando o personagem traz uma demanda prática, além da teórica, como é o caso de Ner em "Reis", e diz que busca ser um artista completo. "Ler bons livros, assistir bons filmes, escutar músicas diferentes, tudo que te faça sair do confortável e do rotineiro, com intuito de expansão intelectual, pessoal e mental, me agrada muito. Me interesso por quem se interessa por muitas coisas. Aquela famosa frase, que diz: tenha muitos interesses, e então, se torne cada vez mais interessante. É o que eu levo pra vida", finaliza.
Foto Thiago de Lucena
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